O fracasso parcial da missão é um revés para o gigante da indústria aeroespacial, cuja reputação está manchada por dois acidentes da aeronave 737 MAX ocorridos este ano, nos quais morreram mais de 300 pessoas, e para a NASA, que conta com este veículo para enviar os seus astronautas em 2020 à EEI.
A cápsula CST-100 Starliner pousou ao início da madrugada na base de White Sands, às 05:58 locais (12:58 em Lisboa), com o seu regresso à Terra transmitido em direto, e o aparelho foi desacelerado por três grandes paraquedas e a aterragem amortecida por airbags.
“O veículo parece estar em condições fantásticas”, relataram as equipas de recuperação, de acordo com Steve Siceloff, da Boeing.
A cápsula foi lançada na sexta-feira em Cabo Canaveral, Florida, na costa do Atlântico, pelo foguetão Atlas V, construído pela United Launch Alliance.
Logo após a separação do foguetão, a Starliner não ativou os propulsores conforme devia e, portanto, não foi colocada na trajetória correta para ganhar altitude e alcançar a EEI, que está em órbita a 400 quilómetros de altitude.
Se o teste tivesse corrido como esperado, a cápsula CST-100 Starliner, que não transportava astronautas, passaria a próxima semana na EEI, como parte do ensaio para o voo com tripulantes, agendado para o próximo ano.
Porém, a cápsula acabou na órbita errada, pouco tempo depois do lançamento, na sexta-feira, e a Boeing e a agência espacial norte-americana NASA decidiram fazê-la regressar à Terra o mais depressa possível.
Segundo o diretor da NASA, Jim Bridenstine, aconteceu uma anomalia no sistema de contagem decrescente do veículo espacial, que fez com que o computador de bordo “pensasse” que já tinha feito as manobras necessárias para se colocar na órbita certa.
“A cápsula consumiu mais combustível do que o previsto para se manter controlada. Isso tornou impossível o encontro com a estação espacial”, afirmou o diretor da NASA.
O retorno aparentemente bem-sucedido poderá levar a NASA a decidir manter o cronograma do primeiro voo tripulado da Starliner no início de 2020, com o astronauta de testes da Boeing Chris Ferguson e os astronautas da NASA Nicole Mann e Mike Fincke.
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