Carlos César falava no final da reunião semanal da bancada socialista, depois de confrontado com críticas feitas por partidos à direita e à esquerda do PS, assim como de setores profissionais na área da saúde, à gestão do sistema de saúde.

Interrogado se Adalberto Campos Fernandes está agora mais fragilizado do ponto de vista político, o presidente do Grupo Parlamentar do PS rejeitou essa ideia, contrapondo que o ministro da Saúde "tem sido combativo e tem resistido muito bem à adversidade de um serviço que se veio a degradar ao longo dos últimos anos".

"Inverter esta tendência não é fácil dadas as condições orçamentais e, sobretudo, não é fácil dado o facto de o procedimento no conjunto do serviço se ter degradado em função da insuficiência de meios", sustentou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Perante os jornalistas, Carlos César também negou que o ministro das Finanças, Mário Centeno, no parlamento, na quarta-feira, tenha feito críticas à gestão do Ministério da Saúde.

"Creio que aquilo que o ministro das Finanças [Mário Centeno] disse é também aquilo que o ministro da Saúde ou eu próprio poderíamos ter dito: Certamente que há unidades de saúde, na área hospitalar ou outra, que não terão a melhor gestão. Conheço exemplos de unidades de saúde que têm sensivelmente a mesma escala e o mesmo número de profissionais, mas que possuem funcionamento diferente dos pontos de vista da qualidade e da capacidade de resposta", alegou Carlos César.

Para o presidente da bancada socialista, no que respeita ao estado do conjunto do sistema de saúde, do Serviço Nacional de Saúde em particular, bem de outros serviços públicos, "é importante que haja consciência de que houve durante muitos anos um desinvestimento continuado, provocando a degradação da qualidade dos serviços".

"Ao longo desta legislatura tem vindo a ser recuperada essa degradação, não com a rapidez por nós desejada em função das limitações orçamentais, mas com a rapidez possível. A degradação que estes sistemas têm tido não tem sido possível contê-la ao nível que o PS desejaria. Isso acontece na saúde como em outros serviços e sistemas públicos", admitiu o líder parlamentar do PS.

No caso específico da saúde, Carlos César defendeu que nesta legislatura "tem aumentado o investimento", visando precisamente que "inverter a tendência de degradação que nos últimos anos estava a ocorrer"

"Há alguns bons indicadores na área da saúde que nos permitem pensar que isso acontecerá. Estão igualmente anunciadas medidas de reforço de investimento que permitirão nesta área atenuar algum défice no que respeita ao pagamento a fornecedores e melhorar o número de profissionais em diversas áreas consideradas vitais para o bom funcionamento do sistema", acrescentou.