"O que os resultados demonstram é que, graças aos eleitores socialistas, a democracia venceu na primeira volta e o extremismo de direita foi derrotado no nosso país", afirmou hoje o presidente do PS, Carlos César, que reagia às projeções a partir da sede do partido em Ponta Delgada.
O dirigente considera que "fez bem o Partido Socialista, valorizando, dessa forma, o que entende ser a natureza unipessoal desta eleição e a sua condição não partidária, em deixar ao critério de cada um dos seus dirigentes e, claro, dos seus eleitores a avaliação dos méritos das candidaturas e a sua opção de voto".
Carlos César saudou "todos os candidatos que, não vencendo as eleições, se empenharam na valorização e aprofundamento da coesão social, democracia e da nossa ordem constitucional", destacando, "naturalmente, a candidata Ana Gomes".
O presidente do Partido Socialista lembrou que "alguns desses candidatos, e, de forma significativa, o candidato vencedor, Marcelo Rebelo de Sousa, mereceram a confiança e o voto dos eleitores do PS, que nas últimas eleições legislativas foram quase dois milhões".
"A sua vitória é uma boa notícia para o Partido Socialista porque é uma boa notícia para a confirmação do regime democrático, uma boa notícia da derrota do extremismo de direita, uma boa notícia de valorização política e para a continuidade de uma prática responsável de cooperação institucional, designadamente entre o Governo e a presidência da República", prosseguiu.
César sublinhou que os resultados “demonstram que o candidato André Ventura é por enquanto, mas só por enquanto, uma ameaça maior ao PSD do que uma ameaça ao país”.
Numa altura em que Ana Gomes e André Ventura ainda discutiam o segundo lugar, adiantou que, “pessoalmente”, não valoriza “a diferença de dois ou três pontos percentuais entre o segundo e terceiro classificados nesta competição eleitoral”.
E prosseguiu vincando que “é preciso ter em atenção que a extrema-direita em Portugal, com mais dois pontos, ou menos três pontos percentuais, é uma situação com a qual nos devemos confrontar com coragem, com lucidez, apostando na democracia, nos seus méritos, e na sua condição única de regime que nos permite, em paz e em estabilidade, alcançar o progresso e resolver os nossos problemas”.
Questionado sobre o que esperar de um segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, o líder socialista disse que “distinções entre primeiro e segundo mandato, que são meramente temporais e estão destituídas de um circunstancionalismo político, são artificiais”.
Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito Presidente da República nas eleições de hoje, quando faltam apurar os resultados de 53 freguesias, segundo os dados oficiais.
Nas freguesias por apurar há menos recenseados do que o número de votos que separa Marcelo Rebelo de Sousa do segundo candidato mais votado até agora nestas eleições, Ana Gomes, pelo que o atual Presidente foi reeleito para o cargo, segundo cálculos do portal de estatística Eyedata, disponível em www.lusa.pt.
Quando faltavam apurar os resultados em 53 freguesias e três consulados, Marcelo Rebelo de Sousa era o candidato mais votado, com 61,62% dos votos.
Segundo os dados da Secretaria-Geral do Ministério de Administração Interna - Administração Eleitoral, Ana Gomes era o segundo candidato mais votado, com 12,25%.
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