"Não há revolta nenhuma", respondeu Carlos César aos jornalistas no final da reunião semanal na bancada socialista, depois de questionado sobre a existência de deputados do PS (conotados com a ala da extrema-esquerda deste partido) que estão contra o recente acordo de concertação social assinado pelo Governo, com a UGT e as confederações patronais.
O presidente do Grupo Parlamentar alegou mesmo não conseguir compreender como surgiu essa ideia de revolta na bancada do PS.
"Há cerca de 15 dias, no penúltimo debate quinzenal, eu fui muito claro: Disse que o Grupo Parlamentar do PS fazia uma avaliação muito positiva do acordo de concertação social e das propostas que resultaram desse acordo", acentuou.
Agora, de acordo com o presidente da bancada socialista, "passa-se a uma fase de concertação parlamentar em que é importante acolher mais consensos e melhorar os diplomas".
"Ora, não se melhoraram os diplomas mantendo-os tal como estão. Não há nenhuma revolta nem nenhuma dissonância. Mas é claro que nenhum dos atores em presença - os subscritores do acordo de concertação social - têm o poder ou a ousadia de impor ao parlamento quais as decisões que deve tomar no futuro", disse, aqui num recado que pode ser interpretado como dirigido a confederações patronais e até ao Governo.
Carlos César referiu ainda que, na sua perspetiva, o acordo de concertação social pode ser classificado "como pioneiro".
O acordo, segundo o líder parlamentar do PS, "mobiliza um conjunto de confederações patronais para uma agenda de alteração da legislação centrada no reforço dos direitos dos trabalhadores e em proteções (todas) do lado do universo laboral".
"Isso é uma grande conquista que o Governo teve no âmbito da concertação social. Desejamos que, no âmbito da aprovação parlamentar, possa ser possível afinar um ou outro pormenor, visando acautelar que não haverá um ou outro abuso que possa perverter o espírito do acordo alcançado na concertação social", acrescentou.
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