O rei Carlos III chegou a Westminster Hall ao lado de Camila, Rainha Consorte, para receber as condolências de membros da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes pela morte de Isabel II.

Apesar de ser a primeira vez que Carlos discursa enquanto rei, em maio deste ano dirigiu-se também ao Parlamento, na abertura da sessão legislativa, devido à saúde da mãe, tendo lido o habitual discurso da Rainha, perante Comuns e Lordes.

O Lorde McFall de Alcluith começou por apresentar as condolências a Carlos III. "A presença alegre e reconfortante da nossa falecida Majestade ao longo dos anos tornou difícil contemplar que este tipo de reinado longo e inspirador de devoção profunda e incomparável chegaria ao fim", afirmou.

"Todos nós sentimos uma sensação de perda além da medida e vamos lembrar-nos do seu compromisso, bondade, humor, coragem e força, bem como da profunda fé, que foi a âncora na sua vida", acrescentou.

O presidente da Câmara dos Comuns, Sir Lindsay Hoyle, lembrou que a perda da Rainha é sentida em todo o mundo, no Reino Unido e em toda a Commonwealth, dirigindo-se depois ao novo monarca.

"Por mais profunda que seja nossa dor, sabemos que a sua é mais profunda", apontou.

No seu discurso, Carlos III começou por evocar o passado. "Diante de todos, não posso deixar de sentir o peso da História que nos cerca e que nos lembra das tradições parlamentares vitais a que os membros das duas Câmaras se dedicam com tanto compromisso", disse aos representantes da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes.

O Parlamento é "o instrumento vivo e respiro da nossa democracia" e uma lembrança dos "antecessores medievais do cargo para o qual fui chamado", lembrou.

"Reunimo-nos hoje em memória da notável extensão do serviço dedicado da Rainha às suas nações e povos", acrescentou ainda, frisando que Isabel II "se comprometeu a servir o seu país e o seu povo e a manter os preciosos princípios do governo constitucional que estão no coração de nossa nação".

"Deu-nos um exemplo de dever altruísta que, com a ajuda de Deus e o seu conselho, estou decidido a seguir fielmente", garantiu.

Ainda no dia de hoje, Carlos III vai acompanhar a transferência do caixão com o corpo de Isabel II para a Catedral de Santo Egídio, em Edimburgo, onde vai ficar durante 24 horas para o público poder prestar homenagem.

O rei e outros membros da família real vão acompanhar a procissão a pé desde o Palácio de Holyroodhouse, assistir a uma missa e, mais tarde, fazer uma vigília na catedral junto ao caixão, que terá a coroa da Escócia na tampa.

Em Edimburgo, Carlos III vai também receber em Holyroodhouse a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, e visitar o parlamento, onde receberá uma mensagem de condolências.

Na terça-feira, o rei viaja para Belfast e o caixão com o corpo de Isabel II seguirá de avião para Londres, onde terá lugar o funeral de Estado a 19 de setembro, na Abadia de Westminster.

A Rainha Isabel II morreu aos 96 anos no Castelo de Balmoral, na Escócia, após mais de 70 anos do mais longo reinado da história do Reino Unido.

Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu em 21 de abril de 1926, em Londres, e tornou-se Rainha de Inglaterra em 1952, aos 25 anos, na sequência da morte do pai, George VI, que passou a reinar quando o seu irmão abdicou.

Após a morte da monarca, o seu filho primogénito assume aos 73 anos as funções de rei como Carlos III.