“É preciso que a empresa reponha a diferença entre o valor salarial aplicado em 2022 e a inflação verificada. É preciso que os salários aumentem 10% com um valor mínimo de 100 euros a cada trabalhador, este ano”, refere a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações em comunicado.

De acordo com o sindicato, está agendada para segunda-feira “a primeira reunião de negociações de revisão do AE da Carris”, relembrando tratar-se de um momento importante para os “trabalhadores dizerem ‘não’ à redução do poder de compra a que têm sido sujeitos, nomeadamente no último ano”.

A Fectrans relembra que, de acordo com os dados do Banco de Portugal, a inflação média foi de 8,1% em 2022, “perspetivando-se para este ano um valor na ordem dos 5,8%”, sublinhando também que a situação “tenderá a agravar-se com o aumento das taxas de juro e os encargos com a habitação”.

“Estes são factos concretos a que o CA [Conselho de Administração] não pode fugir! Depois dos lucros anunciados pelo presidente da empresa e da renovação considerável da frota que terá lugar este ano, exige-se que o CA invista nos trabalhadores com a consequente reposição e melhoria do poder de compra dos seus salários”, refere o sindicato,

Para a Fectrans, “há que acabar com a hipocrisia e a ‘choradeira’ do costume”, que “esvazia os bolsos” dos trabalhadores, sendo necessário “assumir medidas objetivas que valorizem e dignifiquem os salários dos profissionais da Carris, CarrisBus e CarrisTur”.

De acordo com o sindicato, é também “urgente” que o CA “pague de uma vez por todas os proporcionais e o tempo descontado aos trabalhadores que participaram no plenário de janeiro do ano passado”.

Não sendo reivindicação nova, a Fectrans refere ainda a urgência em se encontrarem soluções “para a prestação de contas no tráfego, a implementação de um sistema que assegure mais folgas ao fim de semana e a atribuição do passe para a área metropolitana”.

“A hora é de unidade e ação. Por isso exigimos o início dos processos negociais na Carrisbus e Carristur. Sabemos que estas e outras reivindicações são justas e possíveis de concretizar. Está na hora de o CA demonstrar se quer valorizar ou menorizar os salários e os direitos dos trabalhadores”, frisou.

A Carrisbus é uma empresa do grupo Carris, fundada em 2005, e que tem como principal atividade a manutenção e reparação de veículos pesados de passageiros, bem como de carros elétricos. Desenvolve atividades no âmbito do recondicionamento de veículos, desempanagem e reboques dos autocarros e elétricos sob assistência e executa tarefas preventivas/curativas, dos primeiros níveis, nos equipamentos embarcados nos veículos.

Já a CarrisTur é um dos maiores operadores locais de circuitos turísticos, sob a marca Yellow Bus. Está presente em Lisboa, Porto, Funchal, Coimbra, Braga, Guimarães e em São Miguel, nos Açores.

Em Lisboa, opera, em regime de exclusividade, circuitos em elétrico histórico e um serviço de ligação regular em autocarro entre o Aeroporto e os principais hotéis da cidade (Aerobus).

Por seu turno, a Carris é responsável atualmente pelo serviço de transporte público urbano de superfície de passageiros na cidade de Lisboa sendo, desde 01 de fevereiro de 2017, gerida pela Câmara Municipal de Lisboa.