"Os passageiros com menos de 12 anos não pagam nos transportes públicos rodoviários internos e agora vamos alargar para os 14 anos", disse à agência Lusa Carlos Carreiras (PSD).

O autarca inaugurou, por ocasião do dia do município, a nova rota BusCas em Carcavelos e Parede, a única freguesia que ainda não dispunha de uma solução de mobilidade inserida no âmbito do sistema MobiCascais.

A nova carreira, com 17 paragens, e uma frequência horária de 30 minutos, serve um percurso entre a estação ferroviária de Carcavelos, os principais serviços de saúde (hospitais de Sant' Ana e José de Almeida e centro de saúde), escolas e a principal artéria no centro da Parede, também nas proximidades da estação da CP local.

O alargamento da gratuitidade do transporte até aos 14 anos, a partir de setembro, insere-se no reforço do sistema de mobilidade MobiCascais, que além de vantagens para os jovens em idade escolar também prevê o transporte com descontos para a população com mais de 65 anos.

"O objetivo é ser gratuito até à idade escolar, incluindo a universitária, portanto até aos 21 anos", explicou Carlos Carreiras.

O presidente da autarquia acrescentou que o sistema tem de procurar "um equilíbrio com as próprias contas", com os custos que cada solução comporta, no sentido de quando for lançado o concurso público internacional para a rede interna de transportes públicos, que terá de estar a funcionar em janeiro de 2021, assegurar a gratuitidade "quer para os mais de 65, quer para os menos de 21 anos".

Para já, o investimento municipal por ano "anda nos 420 mil euros até aos 12 anos" e o alargamento até aos 14 anos representa "mais 444 mil euros", estimou Carlos Carreiras.

Quando foi lançada a tarifa gratuita até aos 12 anos, em 2017, havia apenas 79 jovens no sistema MobiCascais, número que em junho de 2018 ultrapassa os 1.800, e a autarquia estima que com o alargamento até aos 14 anos os utilizadores cheguem aos três mil.

"O novo concurso público tem duas grandes novidades, a primeira tem a ver com condições favorecidas do custo por quilómetro, que tem agregadas um conjunto de obrigações do ponto de vista ambiental, e, por outro lado, nas condições de novas linhas e frequências duplica a oferta atual", adiantou.

O futuro concurso público para a rede interna do concelho deverá assim, nas previsões do autarca, assegurar que "o número de quilómetros atualmente percorrido por transporte público rodoviário mais do que vai duplicar".

"A grande descoberta que tivemos foi começar a trabalhar a mobilidade a partir do próprio estacionamento, ou seja, dar capacidade para estacionar e, depois, a partir daí, montar a rede quer ciclável, quer de transporte público rodoviário", notou Carlos Carreiras.

O sistema MobiCascais possui atualmente seis carreiras BusCas, que através de protocolo com a operadora de transporte rodoviário assegura rotas de mobilidade interna, e mais três acordos com a Scotturb para reforço de carreiras normais que permitam tornar a resposta mais atrativa.

A autarquia notou que, no sistema MobiCascais, por 20 euros mensais, os cidadãos dispõem das seis carreiras BusCas no concelho e também de bicicletas durante 30 minutos por dia.