Ninguém detalhou as razões, mas o anúncio acontece depois dum caso antigo de assédio sexual que envolve o ator, hoje com 42 anos, ser trazido novamente à hasta pública.
"Apreciamos a sua decisão em manter o foco no espetáculo e no grande trabalho deste ano", revelou um porta-voz da Academia de Artes e Ciências do Cinema à AFP.
Affleck não se mostrou disponível para fazer qualquer comentário. No entanto, um representante confirmou que não iria estar presente nas cerimónias dos Óscares, de acordo com a Variety.
Em 2017, em fevereiro, Affleck revelou numa entrevista ao Boston Globe após ter ganho o Óscar, que ambas as partes envolvidas no processo estavam proibidas de comentar sobre o assunto.
"Eu acredito que qualquer tipo de abusos, a quem quer que seja, por qualquer razão, é inaceitável e abominável. Todos devem ser tratados com respeito no local de trabalho e em qualquer lugar", disse o ator.
Recorde-se que no ano em que recebeu o prémio, o momento ficou marcado pela atitude da atriz Brie Larson. Esta, após apresentar, anunciar e entregar o Óscar a Casey Affleck para Melhor Ator, ficou pávida e serena a observar com uma certa distância o momento enquanto o público presente no Dolby Theatre aplaudia. Mais tarde, quando foi confrontada para comentar o assunto na estreia de outro filme, apenas respondeu que a sua decisão de não bater palmas "falou por ela própria".
O caso
Em 2010, Amanda White (produtora) e Magdalena Gorka (Diretora de Fotografia) trabalharam no filme "I'm Still Here" (Joaquin Phoenix protagoniza e co-assina o argumento) que marcou a estreia de Casey Affleck como realizador.
E, sobre ele, duas coisas: não só não debutou prolificamente neste novo papel, visto que a crítica não ficou impressionada, como ainda acabou processado por ambas as mulheres que se queixaram daquilo que qualificaram de assédio sexual reiterado.
Affleck, que negou sempre ter cometido qualquer ação inapropriada, contratou o advogado de celebridades Marty Singer, também conhecido como "cão de guarda" de Hollywood, para fechar um acordo monetário que nunca foi tornado público.
Esses processos voltaram a ser notícia há mais ou menos um ano, quando Affleck estava na corrida para o Oscar na categoria de Melhor Ator pelo seu aclamado papel em "Manchester By the Sea".
Segundo a tradição, o vencedor do Oscar de Melhor Ator apresenta no ano seguinte o de Melhor Atriz e vice-versa. Neste contexto, estava previsto que Affleck anunciasse o prémio de Melhor Atriz na cerimónia que será celebrada no próximo dia 4 de março.
Havia muita especulação sobre a sua participação nos Oscares desde que foi divulgado o 'caso Weinstein' e vários escândalos relacionados com acusações de assédio, agressão sexual e até mesmo de violação foram denunciados em diversos países.
Uma petição da Care2 que arrancou o ano passado a pedir à Academia que não permitisse que Affleck apresentasse o prémio já tinha quase 20.000 assinaturas, à hora que surgiram as primeiras notícias a confirmar a sua ausência da cerimónia.
No entanto, os produtores da cerimónia ainda não confirmaram quem é que vai substituir o ator.
Entre as acusações, que o ator nega, Amanda White, a produtora, disse que Affleck forçou um assistente de câmera a mostrar o seu pénis num voo, apesar do seu protesto.
Já Gorka, a Diretora de Fotografia, abandonou o projeto devido a um tratamento que descreveu como sendo "o mais traumático da sua carreira", acusando Affleck e outros membros da equipa de falar abertamente sobre o seu desejo de ter relações sexuais com ela set de filmagens.
[Artigo atualizado às 03:14]
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