Embora numerosos suspeitos tenham surgido anteriormente no âmbito da longa investigação policial, o porta-voz da família McCann, Clarence Mitchell, disse que "parece que há algo diferente desta vez", numa alusão aos indícios.

"Em mais de 13 anos que levo a trabalhar com a família McCann, não me lembro da polícia ser tão específica sobre um suspeito", disse Mitchell à Sky News.

Madeleine McCann tinha apenas três anos quando desapareceu em 03 de maio de 2007, quando estava de férias com os pais num aldeamento turístico em Lagos, perto da praia da Luz.

As autoridades do Reino Unido e da Alemanha revelaram na quarta-feira que o suspeito tem 43 anos e atualmente está preso na Alemanha por outro crime, e que suspeito frequentava a área da praia da Luz, na época em a filha mais velha dos McCann desapareceu.

Mitchell referiu que a polícia pretende obter detalhes muito específicos sobre o movimento do cidadão alemão em 2007, nomeadamente com os telefonemas que ele recebeu na noite do desaparecimento de Madeleine e o facto de ter alterado o registo de seu carro no dia seguinte"

Por seu lado, Hans Christian Wolters, procurador em Braunschweig, Alemanha, disse aos jornalistas que os investigadores estão a trabalhar com a suposição de que Madeliene McCann está morta, admitindo mesmo que o cidadão alemão, de 43 anos, é suspeito de homicídio.

"Assumimos que a criança está morta", adiantou o investigador germânico.

O caso Maddie tornou-se rapidamente num dos grandes casos mediáticos a nível global depois de o casal MacCann alertar que a criança tinha desaparecido do quarto onde dormia com os irmãos gémeos, enquanto os pais jantavam com amigos num restaurante próximo.

Ao longo do tempo, mais de 600 pessoas analisadas e referenciadas como podendo estar ligadas ao desaparecimento, tendo o novo suspeito - o alemão de 43 anos - surgido na sequência de um apelo sobre novas informações, lançado em 2017, volvida uma década sobre o caso.

A polícia descreveu o suspeito como sendo caucasiano, magro e de cabelos loiros, e que tinha uma caravana no Algarve em 2007. Suspeita-se que tenha percorrido a área do ‘resort’ nos dias anteriores e posteriores à data do desaparecimento de Maddie.

Christian Hoppe, do Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha, revelou à emissora pública alemã ZDF que o suspeito está atualmente preso na Alemanha pela prática de um crime sexual e que o ora detido viveu vários anos em Portugal e possui duas condenações anteriores por "abuso sexual de raparigas".

Hoppe disse que a polícia alemã não descarta que tenha havido um motivo sexual, nomeadamente que tenha decidido raptar a criança após inicialmente ter invadido o apartamento dos MCCann com intenção de roubar.

Hans Wolters não quis dar mais detalhes da identidade do suspeito para não comprometer a investigação em curso, embora a imprensa alemã tenha adiantado que se trata de Cristhian B.

A descrição de Wolters encaixa-se na de um homem de 43 anos que foi condenado em dezembro de 2005 por violação de uma norte-americana, que tinha 72 anos à data, tendo o crime sido cometido num apartamento em Portugal, informou o jornal local alemão Braunschweiger Zeitung.

O detido - agora suspeito no caso McCann - negou as acusações durante o julgamento por violação da norte-americana e o processo está presentemente em sede de recurso.

Hoppe, por seu turno, mencionou que o suspeito vivia entre Lagos e a Praia da Luz, tendo estado regularmente na região do Algarve entre 1995 e 2007.

Entretanto, as polícias da Grã-Bretanha, Alemanha e Portugal lançaram um novo apelo conjunto na quarta-feira destinado a obter mais informações, nomeadamente sobre os dois veículos do suspeito - uma van Volkswagen e um Jaguar.

As polícias buscam também mais informações sobre dois números de telefone portugueses, incluindo um que se acredita ter sido usado pelo suspeito no dia do desaparecimento de Madeleine.

O porta-voz do casal McCann revelou o estado de alma dos pais da criança: “Eles continuam esperançados de que ela ainda possa ser encontrada viva. Eles nunca desistiram dessa esperança, nem desistirão, até que sejam apresentados com qualquer evidência incontestável do contrário. Eles dizem que qualquer que seja o resultado desta linha de investigação, precisam saber o resultado, para encontrar a paz".

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