“O que propomos agora é que já em janeiro de 2020 o salário mínimo nacional seja pelo menos o mínimo que é pago na função pública sendo que também este deve subir. No público e no privado puxar para cima, mudar de paradigma, em vez de vermos quem está pior para puxar para baixo”, avançou Catarina Martins.
A líder bloquista, que falava em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, adiantou que o objetivo do BE, na próxima legislatura, passa por “mudar de paradigma”, combater “a precariedade e os salários baixos” e harmonizar o salário mínimo do público e do privado.
“Puxar pelos direitos do trabalho, saber que são os trabalhadores unidos, do público e do privado, precários e com contrato que conseguem lutar por contratos com direitos para todos e aumentar na próxima legislatura o ritmo a que o salário mínimo nacional sobe para conseguir esta harmonização entre trabalhadores do público e do privado”, adiantou.
Nos últimos quatro anos, “o salário mínimo nacional aumentou 95 euros, é muito pouco porque o salário mínimo nacional é de 600 euros, mas mesmo estes 95 euros só foram conseguidos porque impusemos aumentos mínimos no acordo que fizemos em 2015 com o PS”, disse.
Durante o discurso de encerramento do encontro das estruturas do Bloco de Esquerda do Litoral Alentejano, Catarina Martins, defendeu que “não há desenvolvimento sem respeitar quem trabalha, não há democracia sem trabalho com direitos. Sabemos como em Portugal os salários são baixos demais e a precariedade ameaça a generalidade dos trabalhadores”.
A coordenadora deu o exemplo da luta dos trabalhadores da refinaria de Sines da Galp contra o fim do contrato coletivo de trabalho, dos estivadores “precários” no Porto de Sines e dos “trabalhadores migrantes” das estufas em Odemira (Beja), para alertar para os ataques aos direitos dos trabalhadores.
“Os trabalhadores da refinaria de Sines estão a lutar para não terem menos direitos porque quando caducar o contrato coletivo de trabalho, o próximo será feito em condições piores e por isso acabar com este absurdo da caducidade unilateral é fundamental”, acrescentou.
No porto de Sines, “quando os estivadores decidem fazer greve, os estivadores precários são despedidos. Na verdade, o que é dito é que os estivadores que têm contrato quando fazem greve têm a retaliação de ver os seus colegas que não têm contrato despedidos”, alertou.
“Esta competição para baixo e permanente nos direitos do trabalho é o maior problema do nosso país e é este que tem de ser atacado”, concluiu Catarina Martins.
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