“Juncker acaba por assumir que [Durão Barroso] pode ocupar o cargo e isto, parecendo uma medida dura, acaba por ser uma medida que legitima algo que para nós é inaceitável, que é o facto de o presidente da Comissão Europeia ir trabalhar para um dos maiores bancos de investimento internacional”, afirmou a deputada bloquista, em Gaia.
Para Catarina Martins, que criticou o banco que “esteve bem no centro da crise europeia, com manobras tão desgraçadas como a falsificação das contas da Grécia”, a decisão do atual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, “é inaceitável e é pouco”.
“A partir do momento em que Durão Barroso vai trabalhar para a Goldman Sachs é óbvio que assume publicamente o seu papel de lobista pela finança e pela Goldman Sachs”, afirmou a coordenadora do Bloco, acrescentando que “não é que não tenha sido enquanto era presidente da Comissão Europeia, mas agora é assumidamente”.
De acordo com uma notícia divulgada no domingo à noite pelo Expresso e pelo Financial Times, Durão Barroso deixará de ser recebido em Bruxelas como ex-presidente da Comissão Europeia, e terá de dar explicações ao executivo europeu sobre a sua relação contratual com a Goldman Sachs Internacional, na qual assumirá funções de presidente não-executivo.
O atual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, vai ainda examinar o contrato do seu antecessor com o banco norte-americano de investimento e deu já instruções ao seu gabinete para tratar José Manuel Barroso como qualquer outro lobista com ligações a Bruxelas.
Na sua qualidade de ex-presidente da Comissão Europeia, assim como ex-primeiro-ministro de um Estado-membro, Durão Barroso, teria o direito a um "tratamento VIP" pelos líderes e instituições europeias em Bruxelas.
A partir de agora, em quaisquer contactos futuros, será recebido como um "representante de interesses" e qualquer comissário europeu ou funcionário da União Europeia que mantiver contactos com Durão Barroso será obrigado a registar esses contactos e a manter notas sobre os mesmos.
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