“Temos duas certezas e uma enorme perplexidade (…). A perplexidade é o Governo avançar sem se conhecer de forma exaustiva o estudo de impacto ambiental e o que é que diz, o que recomenda e o que se pode ou não fazer numa zona de estuário do Tejo que tem ecossistemas que devem ser protegidos”, disse Catarina Martins.
A coordenadora do BE considerou que é “no mínimo de uma enorme precipitação” que o acordo entre o Governo e a ANA – Aeroportos de Portugal tenha data marcada sem que o estudo de impacto ambiental seja conhecido.
“Decisões de curto prazo, sem acautelar o longo prazo, podem sair caríssimas ao país. Quem esperou tanto por uma solução, se calhar demais, fazia bem em aguardar pelo estudo de impacto ambiental”, afirmou.
Quanto às “certezas” apontadas anteriormente, Catarina Martins disse referir-se “à certeza de que o aeroporto de Lisboa não tem capacidade e, portanto, é necessária uma solução” e “à certeza de que foi um enorme erro privatizar a ANA”.
“Porque faz com que estejamos nas mãos do interesse privado e não nas mãos do que deveríamos estar, que é a estratégia pública e o interesse público”, concluiu, à margem de uma reunião com trabalhadores precários da RTP e depois de esta tarde o BE ter informado que exigiu a audição no parlamento dos ministros com as tutelas do ambiente e das infraestruturas, bem como das associações ZERO e Quercus, a propósito do acordo para o novo aeroporto do Montijo.
O presidente da Câmara do Montijo revelou na quinta-feira que o estudo de impacto ambiental sobre a construção do novo aeroporto será entregue no primeiro trimestre de 2019, não estando em condições de ser divulgado na terça-feira, dia em que o Estado e a ANA – Aeroportos de Portugal assinam um acordo sobre o modelo de financiamento para a construção desta nova infraestrutura.
Segundo fonte da gestora de aeroportos ANA, na próxima terça-feira, dia 08 de janeiro, o Estado e a ANA – Aeroportos de Portugal assinam um acordo sobre o modelo de financiamento para a construção da nova infraestrutura no Montijo e o reforço da capacidade do atual aeroporto Humberto Delgado.
A cerimónia decorrerá às 15:00, na base da Força Aérea no Montijo, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, do chairman e CEO da VINCI, Xavier Huillard, e do presidente da VINCI Airports, Nicolas Notebaert.
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