Na segunda-feira, os advogados da trabalhadora e do partido estiveram reunidos e tentaram chegar a um acordo que evitasse o recurso à justiça, tendo ficado Alexandra Uva a aguardar uma resposta por parte do CDS.
De acordo com o advogado da assessora, a resposta foi negativa e o partido não aceitou a reintegração da trabalhadora, pelo que “não há acordo por enquanto, e segue-se, então, para tribunal”.
À Lusa, o advogado indicou que foi notificado dessa resposta hoje de manhã e adiantou que está marcada uma audiência para dia 22 de janeiro no Tribunal do Trabalho de Lisboa, na qual as duas partes vão tentar resolver o litígio.
"A direção do CDS será chamada para esclarecer a situação", referiu.
No início do mês, funcionários do CDS-PP decidiram impugnar o seu despedimento por extinção do posto de trabalho, acusando o partido de ‘bullying’ por, desde há dois meses, terem sido colocados à margem, sem “nada para fazer”.
Em declarações à Lusa, Alexandra Uva afirmou hoje que é efetiva há uma década e que a extinção do seu posto de trabalho lhe foi comunicada no final de outubro, com a justificação de que o partido atravessa uma fase complicada.
A última vez que esteve na sede do partido, no Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, foi precisamente há uma semana, já depois do seu último dia de trabalho oficial, alegando que, com o processo de impugnação a decorrer, o despedimento estaria suspenso.
Nesse mesmo dia, o seu advogado recebeu uma notificação a pedir a Alexandra que não voltasse à sede nacional do CDS-PP, sob o risco de a sua entrada ser barrada.
Desde aí, segundo o seu advogado, a assessora de 57 anos não voltou lá por ter vindo a sentir-se indisposta.
Desde que lhe foi comunicado que seria despedida que esta assessora do partido se queixa de ‘bullying’ e as queixas são dirigidas especialmente ao secretário-geral do CDS-PP, Pedro Morais Soares.
“Durante estes dois meses fui completamente posta de parte. Não me dão nada para fazer numa altura em que há trabalho para fazer, por ser um período pré-congresso”, afirmou no início do mês à Lusa, considerando tratar-se de “uma questão de ‘bullying’”.
Na ótica de Alexandra Uva, o processo da extinção do posto de trabalho não foi conduzido da melhor forma e apresenta ilegalidades, o que a levou a recorrer à justiça e a apresentar uma impugnação.
“No dia 30 [de dezembro], o meu advogado enviou a impugnação para o Tribunal do Trabalho e deu conhecimento ao jurista do partido”, disse a trabalhadora de 57 anos.
Alexandra Uva, cuja última função foi de secretariado durante a campanha para as eleições legislativas de outubro, adiantou não ter chegado a acordo com o CDS-PP, mas foi-lhe paga uma indemnização. Porém, não aceita o despedimento.
“Puseram-me à margem para me afetarem psicologicamente, para ser eu a desistir”, lamentou.
De acordo com trabalhadores ouvidos pela Lusa, a fase que o partido atravessa já levou à redução do subsídio de alimentação, bem como à redução da carga horária, e existem mais funcionários na mesma situação.
O partido tem congresso marcado para os dias 25 e 26 de janeiro, em Aveiro, do qual sairá uma nova direção.
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