O líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, considera que a notícia divulgada hoje pela agência Lusa de que o Ministério das Finanças não autorizou o uso do dinheiro necessário para a aquisição de 75 ambulâncias, apesar de a verba ser do próprio INEM, é o espelho do que tem sido a governação da atual maioria dos partidos de esquerda.
"O CDS considera esta notícia preocupante e o espelho do que tem sido a governação desta maioria, onde a carga fiscal é máxima e os serviços públicos, mesmo aqueles das áreas essenciais, são mínimos", disse.
"Eu recordo que se compararmos a carga fiscal, os impostos que todos nós pagamos, contribuições diretas e indiretas, entre 2015 e 2018, há um aumento na arrecadação de receita de doze mil milhões de euros. Eu pergunto se os portugueses sentem que os serviços públicos que lhe são prestados estão doze mil milhões de euros melhores em 2019 face a 2015. Não estão. Eu diria que estão bastante piores", acrescentou.
Para o líder parlamentar do CDS-PP, "quando se poupa numa área sensível como o socorro às pessoas, como é a questão das ambulâncias que eram para ser adquiridas e que não vão ser, o que prejudica populações de todo o país, como por exemplo no Montijo, em Oeiras e em vários outros locais, é uma vergonha para o Estado, que não cuida de quem cuida das pessoas".
"E, por isso, o CDS vai apresentar ainda hoje, na Assembleia da República, uma pergunta, quer ao Ministério da Saúde, quer ao Ministério das Finanças, para que possam dar explicações sobre a razão pela qual estas ambulâncias não vão ser adquiridas. Se for verdade, estamos a falar de mais uma cativação Centeno. O CDS considera isso uma irresponsabilidade total", concluiu o líder parlamentar do CDS-PP.
O INEM previa comprar este ano 75 novas ambulâncias para equipar os postos de emergência médica, mas o Ministério das Finanças não autorizou o uso do dinheiro necessário, apesar de a verba ser do próprio instituto.
Segundo documentos a que a agência Lusa teve acesso e de acordo com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em causa estão 75 novas viaturas para a renovação da frota de ambulâncias afetas aos corpos de bombeiros e a delegações da Cruz Vermelha, que compõem os postos de emergência médica.
Para a renovação das viaturas, o INEM tinha apresentado em 2017 à tutela um plano plurianual - entre 2018 e 2021, tendo invocado a "absoluta necessidade de renovação" das ambulâncias, devido à idade elevada das viaturas, muitas delas com mais de 12 anos, e a indisponibilidade em que ficam por motivos de avaria mecânica.
Documentos consultados pela agência Lusa mostram que o então secretário de Estado Adjunto e da Saúde Fernando Araújo deu a concordância a este plano e em 2018 foram renovadas 75 ambulâncias dos postos de emergência, ainda entregues pelo anterior ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
Para este ano, o INEM previa adquirir mais 75 ambulâncias e teve de submeter ao Ministério das Finanças um pedido de autorização para recorrer aos saldos de gerência do instituto de anos anteriores, num montante a rondar os cinco milhões de euros.
Contudo, as Finanças apenas autorizaram um milhão de euros.
Quando as ambulâncias adquiridas pelo INEM não estão disponíveis, os bombeiros e a Cruz Vermelha utilizam as suas próprias viaturas, mas o valor que é suportado pelo instituto aumenta para mais do dobro.
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