“António Costa é candidato à época de recurso. Chumbou no primeiro exame e agora vem com o mesmo orçamento, não apresenta solução rigorosamente nenhuma para o país, tentar a aprovação junto dos eleitores”, criticou o presidente centrista, que esteve no distrito pelo qual concorre, em Lisboa, para uma reunião com a administração do Tagus Park, no concelho de Oeiras.
Ao terceiro dia de campanha oficial para as eleições legislativas de dia 30, acompanhado pelo número dois no círculo de Lisboa, o ex-presidente Ribeiro e Castro, o líder centrista afirmou que “António Costa, a única proposta que tem para o país é um chumbo, é o orçamento chumbado”.
Questionado sobre o debate de terça-feira à noite com os líderes dos partidos com representação parlamentar, Francisco Rodrigues dos Santos aproveitou o mote de Ribeiro e Castro – que comentou que a proposta para este ano, rejeitada no parlamento, “é um orçamento da segunda época” de exames – para afirmar que “a receita que [o primeiro-ministro] apresenta é uma candidatura à época de recurso”.
Considerando “um absurdo”, Rodrigues dos Santos citou Einstein para defender que “insistir na mesma solução e procurar resultados diferentes é um exercício de fraca capacidade intelectual, no mínimo”.
Na sua ótica, Portugal “precisa de uma receita completamente diferente” e de se “libertar do socialismo”.
“Acrescentar metas de crescimento económico para que Portugal não continue a ser um país atrasado e a ser verdadeiramente cilindrado pelos países do bloco de leste, pasme-se, e para que os indicadores económicos e sociais do nosso país sejam objetivamente mudados”, salientou.
Alargando as críticas à esquerda quando propõe “a devolução de rendimentos”, o líder do CDS-PP apontou que “só se for a devolução de rendimentos para o Estado através desta escravatura fiscal” e quanto à devolução de direitos, “só se for o direito a sermos pobres”.
E sustentou que estes partidos querem “aumentar impostos, taxar tudo aquilo que mexe, diminuir o rendimento disponível das famílias e aumentar a dívida e a despesa pública”.
“Por isso é que o CDS apresenta um programa económico que é realista, que corta na despesa, que obriga o país a ter crescimento económico”, advogou, recusando que as propostas do seu partido desequilibrem as contas públicas, porque “muitas vezes baixando impostos a economia cresce e a receita fiscal do Estado aumenta”.
O CDS-PP advoga que “Portugal precisa de uma político de crescimento económico que defina metas e que acrescente ambição”, e quer que o país integre “até 2030 o ‘ranking’ dos 15 mais da União Europeia” e cresça “mais do que a média europeia” até 2036.
Para tal, os centristas propõem “um choque fiscal”, que passa, por exemplo, por uma taxa única de IRC de 15% até ao final da legislatura, a isenção deste imposto para as empresas que invistam a totalidade do seu lucro, a eliminação da derrama estadual, a descida a carga fiscal dos combustíveis e da eletricidade ou a revisão das taxas existentes.
Na ocasião, Francisco Rodrigues dos Santos lamentou também que os debates entre os candidatos às eleições legislativas de dia 30 não tenham permitido “uma discussão exaustiva sobre os temas que o partido precisa”, e criticou que por vezes tenham sido dominados por “assuntos que são completamente laterais”.
Depois de Lisboa, a caravana do CDS-PP vai passar hoje também nos distritos de Beja e Faro, num total de cerca de 400 quilómetros.
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