Numa pergunta dirigida, através do parlamento, ao ministério liderado por Marta Temido, o grupo parlamentar centrista pede a confirmação de que “entre 19 e 31 de outubro foram vacinadas contra a gripe sazonal, nas farmácias comunitárias, menos 64 mil pessoas do que em igual período de 2019”, como foi noticiado.
Os deputados perguntam “que justificação” tem o Governo para esta “redução acentuada do número de pessoas vacinadas nas farmácias” e querem saber igualmente se a segunda remessa de vacinas será suficiente “para satisfazer todos os pedidos”.
No texto, o grupo parlamentar sublinha que lhe têm chegado “informações dando conta de inúmeras pessoas – com mais de 65 anos ou doentes crónicos e imunodeprimidos com indicação clínica para tomar a vacina – que não conseguem ser vacinados por duas ordens de razão: nas farmácias comunitárias estão esgotadas e nos centros de saúde ainda só estão a vacinar pessoas com mais de 65 anos”.
O CDS questiona o Ministério da Saúde o que justifica que estes grupos de risco “não tenham ainda conseguido ter acesso à vacina e que nos centros de saúde já estejam a ser agendadas vacinações só para janeiro”.
Na pergunta, os centristas referem que nos centros de saúde as vacinações decorrem “a um ritmo assimétrico entre unidades e, em alguns casos, demasiado lento”.
Os deputados querem saber ainda se “já está o Governo a acautelar a encomenda de vacinas para a época gripal 2021-2022, tal como vários outros países” em que “termos e condições”.
O CDS sublinha que “esta vacinação é muito importante uma vez que, em média, todos anos a gripe sazonal atinge cerca de 1 milhão de portugueses, causando cerca de 3.000 mortes” e reforça que “num ano atípico como este, em que o país e o mundo se deparam com a pandemia de covid-19, era por demais evidente a necessidade de ter acautelado atempadamente o número de vacinas necessário para minimizar o impacto da gripe sazonal”.
“No entanto, o Governo tardou na resposta e, do que se vê, essa resposta está a ser insuficiente para fazer face às necessidades”, critica o partido, lamentando que “ainda hoje não se conhece a versão consolidada” do Plano da Saúde para o Outono/Inverno 2020-2021.
Insistindo que “o Governo não atuou atempadamente na preparação desta época”, os deputados do CDS salientam que “é da maior pertinência saber se o Governo já estará a acautelar a encomenda de vacinas para a época gripal 2021-2022”.
“Chegou-nos a informação que, precisamente por causa da pandemia e da incerteza relativamente à existência de uma vacina contra a covid-19, todos os países já estarão a fazer as suas encomendas da vacina contra a gripe sazonal para o próximo ano. Importa saber se o Governo está a acompanhar esta procura e se já estará a acautelar a compra destas vacinas em número suficiente para as necessidades do nosso país”, defendem.
A ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou hoje que existem ainda 800 mil vacinas para a gripe em 'stock', apesar de notícias de rutura nas farmácias, defendendo que já houve um milhão de portugueses a terem acesso à vacina.
“À data de 3 de novembro foram entregues ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) 1,8 milhões de vacinas. Estão em entrega 270 mil vacinas na semana 30 de novembro a 06 de dezembro, uma data que poderá ser antecipada. Até à data foram vacinados um milhão de portugueses, havendo 800 mil vacinas em stock”, afirmou a governante durante uma audição conjunta nas comissões parlamentares de Saúde e de Orçamento e Finanças, para apreciação na especialidade do OE2021.
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