"Em Lisboa, o grande confronto que vamos travar é com o Partido Socialista", afirmou Jorge Cordeiro quando discursava no "Encontro CDU Lisboa", que decorreu no Auditório Camões.
O antigo vereador da Câmara Municipal de Lisboa observou também que esta coligação "procura interromper a gestão do PS" à frente do município.
No final do encontro, sob a tónica "construir soluções para Lisboa", o atual vereador do Partido Comunista João Ferreira referiu à Lusa que "no próximo ano vai completar-se um ciclo de dez anos, uma década de PS à frente da Câmara Municipal de Lisboa. Dez anos que sucederam a seis anos de uma maioria PSD/CDS".
"A verdade é que nem uns nem outros quiseram, ou souberam resolver problemas chave da cidade", afirmou, considerando que "Lisboa não tem que estar presa a essa alternância PSD, CDS, PS".
"Também em Lisboa existe uma alternativa a esta alternância, a estes 15/16 anos que temos para trás, e a CDU quer corporizar essa alternativa", vincou João Ferreira, sublinhando que "a CDU é a primeira força no plano autárquico da Área Metropolitana de Lisboa, e isso não é fruto do acaso".
Relativamente à apresentação do candidato da CDU à Câmara de Lisboa, João Ferreira foi taxativo: "Não está ainda decidido, não há nada previsto ainda".
Durante o encontro foi aprovado, por unanimidade, um documento que "surge na sequência de um trabalho que vem de trás e que vai continuar".
Segundo João Ferreira, o documento espelha a "situação da cidade nas principais áreas" e aponta "o que tem sido a intervenção da CDU", servindo também para "projetar o futuro" com as "grandes linhas de orientação relativamente a áreas chave da cidade".
"Nessa medida vai enquadrar a ação da CDU no futuro próximo", apontou o autarca comunista.
O documento inclui temas como "os reflexos da reforma administrativa na cidade de Lisboa", os transportes, economia e turismo, serviços públicos, cultura e desporto, ou habitação.
Entre as propostas inscritas no documento, contam-se: "a reposição imediata dos descontos de 50% para jovens e idosos no passes sociais", "introduzir medidas de controlo da oferta de alojamento local", "travar o processo de encerramento de esquadras na cidade de Lisboa", "reforçar a dotação orçamental da cultura".
Relativamente ao turismo, PCP e PEV pretendem "planear a oferta turística da cidade de forma sustentada, equilibrada, portadora de impactos positivos na economia nacional, local e potenciadora da elevação da qualidade de vida de quem vive e trabalha em Lisboa, limitando as novas licenças para hotéis e atividades a estes associados".
Sobre o assunto, Jorge Cordeiro aproveitou para vincar que "o turismo não pode transformar a cidade num grande navio cruzeiro, que durante oito dias fervilha com pessoas […], e depois, abandonado o barco, resta apenas o casco e trabalhadores mal pagos".
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