A 05 de maio, os nove países com língua oficial portuguesa celebram o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), pretexto para promoverem, frequentemente em conjunto, diferentes ações, algumas que já começaram em abril e outras que se prolongam até ao final de maio.
“É o dia que celebra a língua de 261 milhões de pessoas e das muito mais que a aprendem porque pensam que ela é útil como língua de comunicação, como língua de negócios, como língua literária e sempre como língua de cultura”, afirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, durante a apresentação das celebrações, coordenadas pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
Entre as iniciativas, Santos Silva destacou a realização, “pelo seu simbolismo”, no sábado, de várias “manifestações culturais, literárias, musicais”, nos jardins das Nações Unidas, em Nova Iorque, que resultam da “colaboração entre todas as missões permanentes de países de língua portuguesa junto da ONU”.
Este evento representa também “o anseio” de uma cada vez maior utilização da língua portuguesa” nas Nações Unidas, referiu.
“O português já é hoje uma língua de trabalho no sistema das Nações Unidas, já é língua oficial de algumas das organizações especializadas das Nações Unidas, mas esperamos que venha a ser num futuro mais ou menos próximo uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas”, afirmou o chefe da diplomacia portuguesa.
Outra das iniciativas que marcam a celebração do Dia da Língua Portuguesa é a edição do “Novo Atlas da Língua Portuguesa”, desta vez em versão espanhola (já existia em inglês), resultado da colaboração da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, ao abrigo do programa Empresas Promotoras da Língua Portuguesa, lançado em outubro passado.
A esse propósito, Santos Silva anunciou que um empresário português radicado na Austrália também aderiu a este programa, “numa das modalidades mais exigentes, a da comparticipação”.
“É a primeira empresa da diáspora e da Ásia Pacífico, uma zona de grande crescimento económico e demográfico”, assinalou o ministro.
A língua portuguesa é “o pilar mais sólido” da CPLP, referiu Santos Silva, que sublinhou a “diversidade geográfica” das comemorações, mas também a “diversidade das manifestações”, e que passam por mostras de cinema, concertos, recitais de poesia, feiras do livro, espetáculos teatrais, concursos de literatura, encontros com escritores, promoção das artes plásticas, divulgação do português como língua de ciência ou celebração do ensino do português.
O ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que o português é hoje uma das cinco línguas mais faladas no mundo e a primeira no hemisfério sul.
O português é ensinado como língua materna às comunidades lusófonas no âmbito do ensino do português no estrangeiro, envolvendo cerca de 70 mil alunos do ensino básico e secundário em 17 países; como língua estrangeira a 90 mil alunos; e ainda a mais de 100 mil estudantes universitários.
O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, destacou que a língua portuguesa “tem a grande superioridade de poder ser expressão de muitas culturas" da CPLP, que classificou como uma “organização ativa que merecia ser mais conhecida”.
“É o nosso trabalho fazer com que a CPLP seja tão visível quanto ativa no trabalho que tem desenvolvido”, considerou.
Fazem parte da CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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