Familiares exibiram fotografias de prisioneiros e bandeiras palestinianas durante marchas nas cidades de Ramallah e Nablus, observou a AFP.
“Mesmo que o mundo inteiro se submeta, não reconheceremos Israel”, gritavam os manifestantes, em Ramallah.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, a 07 de outubro, entre Israel e o Hamas, milhares de palestinianos foram detidos em Gaza, na Cisjordânia e em Israel, afirmou esta semana o Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas (ACNUDH).
A maioria deles são detidos em segredo e, em alguns casos, foram sujeitos a tratamentos que podem equivaler a tortura, acrescentou o ACNUDH num relatório.
“Há dez meses que não sabemos nada sobre os nossos filhos”, disse à AFP Latifa Abu Hamid, mãe de quatro reclusos, todos condenados a prisão perpétua.
“Queremos ouvi-los e vê-los. Queremos saber a sua situação”, acrescentou, durante a manifestação em Ramallah.
Segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinianos, uma organização não-governamental, cerca de 9.700 palestinianos estão atualmente encarcerados em prisões israelitas, estando centenas deles em detenção administrativa, ou seja, sem qualquer acusação contra eles.
“São geralmente detidos em segredo, sem serem informados dos motivos da sua detenção, sem terem acesso a um advogado ou a um controlo judicial eficaz”, indica o relatório do Alto Comissário.
Os testemunhos recolhidos no relatório sugerem “uma série de atos terríveis, como simular afogamentos e soltar cães aos detidos”, disse o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk.
Israel não fez comentários, mas rejeitou os relatórios críticos anteriores, dizendo que as suas prisões eram geridas de acordo com o direito internacional.
O relatório da ONU foi divulgado um dia depois de a polícia militar israelita ter interrogado soldados detidos por alegados maus-tratos a um detido palestiniano.
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