O Centro de Internet Segura, um projeto criado em 2007 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, recebeu “apenas um pedido de um individuo que participou num grupo da rede social ‘WhatsApp’ onde se jogava este desafio, em que foram feitas partilhas de imagens de automutilação”, disse hoje à Lusa Pedro Marques, gestor de recursos do centro.
De acordo com o mesmo responsável, o jovem “foi encaminhado para a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), para acompanhamento psicológico” mas, segundo o mesmo responsável, “nos casos em que a pessoa que nos contactar preferir manter o anonimato, poderá fazê-lo”.
O jogo “Baleia Azul”, que terá começado numa rede social da Rússia, onde suicídios de mais de uma centena de jovens podem estar relacionados, foi também já ligado a casos de suicídio de jovens no Brasil.
Em Portugal, um adolescente de Sines foi recentemente transportado para o Hospital de Setúbal por cortes num braço, que fontes dos bombeiros e da GNR relacionam com o “Baleia Azul”.
“Pedir ajuda é o mais importante, quer seja aos pais quer seja através da nossa linha “Internet Segura”, sublinhou Pedro Marques, considerando que o “Baleia Azul” é “um desafio violento em que a vítima é convidada a participar mas muitas vezes com ameaças para que o convite não possa ser recusado”.
Daí que Para Pedro Marques seja importante “reforçar a informação dos pais e comunidade escolar para estarem atentos a sinais de alerta porque este tipo de situação requer uma ação o mais imediata possível”.
O gestor de recursos do Centro Internet Segura falava à Lusa à margem das V Jornadas Contra a Violência, realizadas pela APAV em Santarém.
Orador num painel sobre Cibercrime Pedro Marques alertou para o aumento de denúncias recebidas através da linha “Internet Segura” à qual foram desde o segundo semestre de 2016 reportados 1.800 casos de conteúdos ilegais, 50% dos quais revelados “no primeiro trimestre deste ano”.
Destes, “32% são relacionados com pornografia infantil” e 14% com erotização de menores e imagens inapropriadas”, mas do total das queixas “apenas cerca de 700 correspondiam efetivamente a conteúdos ilegais”, explicou.
Através da Linha, que funciona diariamente entre as 09:30 e as 17:30, podem ainda ser reportados conteúdos violentos ou de teor racista, situações que, rematou Pedro Marques, “enquanto cidadãos temos o dever de denunciar”.
Comentários