O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) surge a poucos dias de se celebrar o primeiro Dia Mundial para a Segurança do Doente (17 de setembro), que pretende consciencializar a população para este problema, que todos os dias mata em média cerca de sete mil pessoas.
Falhas no diagnóstico, prescrição errada de medicamentos e tratamentos e uso inadequado de fármacos são as três principais causas deste elevado número de pessoas afetadas por este problema, segundo a coordenadora de segurança para os doentes da OMS, Neelam Dhingra-Kumar.
“Estes erros ocorrem porque os sistemas de saúde não estão devidamente concebidos para enfrentar estes erros e aprender com eles”, afirmou a especialista, admitindo que muitas vezes estas falhas médicas são ocultadas, o que em muitos casos impede que se tomem medidas para os evitar.
Os números divulgados hoje pela OMS, citados pela agência noticiosa Efe, referem-se unicamente a países com baixo e médio rendimento, onde vive 80% da população global, ou seja, cerca de 6,16 mil milhões (uma vez que a população mundial ronda os 7,7 mil milhões).
A OMS refere que estes números podiam ser mais elevados, considerando que nos países desenvolvidos, um em 10 doentes também é vítima destas falhas médicas.
Exemplos destas falhas são a aplicação de medicamentos por vias para os quais não foram concebidos, erros em transfusões de sangue ou na realização de radiografias e, em casos mais graves, amputar um membro errado ou não saber qual o lado do cérebro a operar.
Neelam Dhingra-Kumar realçou entre os fatores que causam este tipo de erros a “falta de uma hierarquia clara em determinados hospitais ou a insuficiente comunicação entre os profissionais”.
De acordo com a OMS, os erros relacionados com uma prescrição errada de medicamentos custam aos sistemas de saúde em todo o mundo cerca de 37 mil milhões de euros.
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