A manifestação, que segundo as autoridades reuniu cerca de 4.000 pessoas, foi organizada a pedido de cerca de 30 organizações no período que antecedeu o 76.º aniversário da Nakba (“a catástrofe” em árabe) que evoca para os palestinianos o êxodo de 760 mil pessoas durante a guerra de 1948, após a criação do Estado de Israel.
Vários manifestantes erguiam cartazes a denunciar “um genocídio” em Gaza e a encorajar “a resistência do povo palestiniano”.
“Forçaram as pessoas a aglomerarem-se no sul da Faixa de Gaza (…) e agora estão novamente a ser deslocadas de um lugar para outro quando já não há um lugar seguro”, denunciou Jaldia Abubakra, uma manifestante de 57 anos, em referência às evacuações ordenadas pelo exército israelita em Rafah.
Nos últimos dias, estudantes espanhóis organizaram acampamentos pacíficos em campus universitários de Madrid, Barcelona e Valência, juntando-se ao movimento de mobilização que apareceu em várias universidades norte-americanas e europeias.
A Conferência Espanhola de Reitores afirmou esta semana que estava empenhada em “rever e, quando apropriado, suspender” acordos de colaboração com universidades e centros de investigação israelitas que não “expressaram um firme compromisso com a paz e o respeito pelo direito humanitário internacional”.
A Espanha, considerada a voz europeia mais crítica face a Israel, está a tentar influenciar outras capitais europeias para o reconhecimento de um Estado Palestiniano.
Segundo o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, Espanha, Irlanda e Eslovénia planeiam fazê-lo simultaneamente em 21 de maio.
A guerra eclodiu a 07 de outubro passado, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza realizaram um ataque sem precedentes contra Israel, matando mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um relatório da agência Noticiosa francesa AFP baseado em dados oficiais israelitas.
Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 128 permanecem cativas em Gaza, das quais 36 teriam morrido, segundo o exército.
Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva que até agora provocou 34.971 mortos no território palestiniano, incluindo mulheres e crianças segundo o Ministério da Saúde daquele movimento islâmico.
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