“Já registámos, nas últimas 24 horas, cerca de sete centenas de sismos, todos de baixa magnitude, na sequência de uma crise sísmica que teve origem sábado no sistema vulcânico fissural das Manadas, na ilha de São Jorge, mas apenas 48 deles foram sentidos pela população”, explicou à Lusa o presidente do CIVISA, Rui Marques.

Segundo a mesma fonte, este sistema fissural, que coincide com os principais cones vulcânicos da ilha, encontra-se ainda ativo e regista agora uma libertação de energia que não era comum nos últimos anos.

“Todos os sismos sentidos em São Jorge, desde as 17:11 de sábado [18:11 em Lisboa], são de origem tectónica”, garantiu Rui Marques, adiantando que o sismo de maior magnitude, de 3,2 na escala de Richter, foi registado às 2:43 de hoje e atingiu o grau IV/V na escala de Mercalli modificada, tendo sido sentido pelas populações de São Jorge e também da ilha do Pico”.

Quatro técnicos do CIVISA deslocaram-se este domingo para a ilha de São Jorge, para acompanhar de perto a evolução da crise sísmica, que ocorre numa zona entre a vila das Velas, sede de concelho, na zona sul da ilha, e a Fajã do Ouvidor, na costa norte, pertencente ao mesmo concelho.

“Estamos ainda a avaliar o padrão de comportamento desta crise sísmica, que se encontra agora numa fase de menor libertação de energia”, explicou o presidente do CIVISA, acrescentando que os eventos sísmicos “estão a progredir agora na direção da vila das Velas”.

O Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) já anunciou que tem preparada uma equipa, com equipamento de telecomunicações, “para ser projetada para São Jorge”, caso a crise sísmica se agrave.

“A Proteção Civil apela para que a população da ilha de São Jorge se mantenha calma e para que siga as informações e recomendações difundidas pelas autoridades”, refere o SRPCBA, em comunicado.