“A Heineken SA vendeu todos os seus negócios na Rússia ao grupo Arnest. A venda segue-se à obtenção das autorizações necessárias e completa o processo iniciado pela Heineken em março de 2022 para se retirar da Rússia”, anunciou o grupo num comunicado.

De acordo com a nota, a cervejeira teve uma “perda cumulativa total esperada de 300 milhões de euros”.

Em 19 de abril, a Heineken formalizou o pedido às autoridades russas para vender o seu negócio na Federação Russa, sem detalhar informações sobre o comprador ou as condições do negócio.

Depois do início da invasão da Ucrânia pela Federação Russa, a empresa prometeu sair do mercado russo e terminar com a sua presença naquele país.

Em março, a Heineken sentiu-se obrigada a pedir “desculpas” depois da polémica gerada em torno da sua filial russa, que lançou novos produtos no último ano, apesar da invasão na Ucrânia, e assegurou que mantinha a sua “promessa de sair da Rússia” após fechar o acordo com um novo proprietário “na primeira metade de 2023”.

A plataforma de investigação jornalística Follow the Money (FTM) denunciou em fevereiro que Heineken continuava a investir na Federação Russa, onde aumentou mesmo o negócio, depois da saída de marcas como Budweiser e Carlsberg, e lançou mesmo 61 produtos novos ao longo de 2022, apesar das suas promessas de sair do país por causa da invasão na Ucrânia.

É verdade que retirou a marca Heineken do mercado russo, mas substituiu-a por novos produtos, como os da marca Amstel. A FTM também denunciou que a cervejeira introduziu bebidas não alcoólicas no mercado russo depois da saída da Coca-Cola e Pepsi.

A Heineken justificou que não saiu diretamente da Rússia, como fizeram outras empresas, para assegurar o “sustento futuro” dos seus quase 1.800 empregados na Rússia, que iriam sofrer as consequências de uma suspensão ou paragem repentina das atividades de Heineken. A Heineken estava na Federação Russa há 20 anos e este mercado representava 2% das suas vendas totais.