"Ficaria muito contente se acabassem com esse contrato", disse Joe Berardo durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão e recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa.

O empresário adiantou que a ideia de renovar o contrato de comodato com o Estado e o CCB, em 2016, não partiu de si.

"Vieram pedir-me para renovar o contrato, não tinham nada para pôr lá", afirmou Joe Berardo, esclarecendo que "até queria construir um museu de raiz".

"A Associação Coleção Berardo celebrou um contrato com a Fundação Coleção Berardo, que foi instituída pelo Estado, pelo CCB e a Associação, e é a Fundação Coleção Berardo que explora o museu [no CCB]", declarou o empresário, auxiliado pelo seu advogado André Luiz Gomes.

Joe Berardo acrescentou que "não foi feita" nenhuma avaliação ao valor da coleção desde 2009.

À pergunta do deputado Duarte Marques (PSD) sobre por que razão não tinha sido feita, Berardo respondeu que a avaliação "iria custar uma pipa de massa".

"O problema é que isto está a custar uma pipa de massa a muita gente", respondeu o parlamentar social-democrata, ao que Joe Berardo replicou: "A mim não".

Berardo esclareceu ainda que as obras de arte expostas no Centro Cultural de Belém não são suas, mas pertencem à Associação Coleção Berardo.

Questionado pelo deputado do PSD porque é que por vezes diz que a coleção é sua, Berardo explicou que usava o possessivo do mesmo modo que refere a entidades públicas, como o parlamento.

“Eu digo que a coleção é minha como isto [o parlamento] é meu”, afirmou.

“Por essa ordem de ideias ainda vai dar o parlamento como penhor”, retorquiu Duarte Marques.

Ainda em resposta ao mesmo deputado, Berardo salientou que a coleção não é sua, mas que é da associação em que manda: “A coleção não é minha, é da associação, mas quem manda na associação sou eu”.

Berardo disse também que atualmente, se quisesse, podia vender os quadros expostos no CCB porque, ao contrário do primeiro contrato para exposição ao público, no atual não há preferência do Estado português em adquirir as obras de arte.

Sobre as 16 obras que Berardo quis vender para fora do país no ano passado, Berardo esclareceu que isso foi só “para testar”, considerando que não há qualquer impedimento.

Já sobre a Quinta da Bacalhoa, no concelho de Setúbal, o empresário também disse não ser sua. “Não tenho nada”, indicou.

“Quando eu nasci, nasci nu, quando eu for nem vida levo”, acrescentou.

A Quinta da Bacalhoa pertence formalmente à Fundação Berardo.

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