Em declarações aos jornalistas à entrada para a assembleia geral de delegados sindicais do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, no Porto, Arménio Carlos disse que "só há uma coisa a fazer: respeitar e valorizar os trabalhadores da administração pública".
"Não admitimos que ao fim de 10 anos, num quadro em que a economia está a evoluir, se continue a verificar que mais de 600 mil trabalhadores da administração pública não têm qualquer atualização salarial (...). A ideia do Governo de que não há dinheiro para os trabalhadores e para a administração pública não colhe quando ainda recentemente assistimos à disponibilização de mais de mil milhões de euros para o Novo Banco", referiu.
Arménio Carlos apontou que "o Estado português já pagou mais de 17.000 milhões de euros para acudir a fraude e défices da banca privada", sendo esta uma das razões apontadas pelo secretário-geral da CGTP para exigir "respeito".
"Não podemos admitir que os trabalhadores abdiquem da melhoria dos seus salários, quando se está a pagar 8% médios em juros às parcerias público-privadas. Quando se continua a desviar dinheiro para o Novo Banco, não nos parece correto os trabalhadores abdicarem do que é deles. Temos situações de exaustão em toda a administração pública", apontou.
Arménio Carlos também exigiu "a resolução definitiva" do Programa de Regularização de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP), lembrando que "continuam a existir milhares de trabalhadores da administração pública com vínculos precários quando estão a prestar necessidades permanentes".
"É inadmissível que ao fim de dois anos o PREVPAP não esteja resolvido e se arraste até ao final do ano", disse, reforçando com um apelo à adesão à greve marcada para a próxima semana, dias 21 e 22.
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