“Já tive oportunidade de encetar essa diligência para o levantamento de vários danos em colmeias, muitas colmeias arderam”, afirmou o presidente da Câmara de Odemira, na conferência de imprensa realizada hoje, em Sabóia, para fazer o ponto de situação do incêndio.

O autarca explicou que “ainda é cedo” para fazer um balanço dos prejuízos, mas já estão “identificados diversos” danos, como os verificados nas colmeias dos apicultores da freguesia, mas também outros.

“Esta é uma zona também de medronhal”, onde se registam “diversos prejuízos”, nomeadamente “algumas iniciativas florestais de projetos agrícolas nessa área do medronhal, infelizmente, foram perdidas”, indicou.

Até ao momento, o autarca disse não ter recebido qualquer relato de “situações de gado afetado”.

“Mas, obviamente, o levantamento já está a decorrer, com o apoio da [Junta de] Freguesia de Sabóia e, certamente, nos próximos dias, será possível fazer um balanço mais rigoroso”, afirmou.

O incêndio, que deflagrou pouco depois das 13:00 de quarta-feira, junto ao lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia, tem estado a consumir povoamento misto, com mato, eucaliptos, montado de sobro e pinheiros.

“A área que ardeu foi essencialmente pinhal, bastante montado de sobro nas zonas de vale e eucalipto”, apontou o autarca.

Nesta freguesia do concelho, “predomina esta economia muito em torno da floresta” e, com “uma área tão extensa” afetada e concentrada em Sabóia, “obviamente afeta muita gente, admitiu.

Quanto a habitações afetadas, José Alberto Guerreiro disse que apenas “dois anexos sem grande expressão” terão sido destruídos, pelo menos dos dados que se conhecem até ao momento: “Não temos relato de nenhuma casa ter sido afetada”.

Elogiando o “excelente trabalho” realizado no combate ao incêndio, com “uma grande equipa com muitos operacionais, de norte a sul do país”, o autarca deixou um desejo.

“Que rapidamente termine mais este drama e digo que é um drama porque afeta muitas vidas, muitas famílias”, além de provocar danos na parte ambiental, numa “zona muito sensível”, notou.

A operação de combate envolve meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Na conferência de imprensa, o comandante operacional do distrito de Beja da Proteção Civil, Carlos Pica, revelou que, dos cinco setores do fogo, três ainda se encontravam ativos, ao início da tarde, mas que as chamas, que já consumiram “largas centenas de hectares”, não tinham passado do distrito de Beja para o distrito de Faro.