O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amirabdollahian, afirmou, em contrapartida, que cabe aos países ocidentais mostrar flexibilidade e que “a bola está agora no seu campo”.
Os negociadores do Irão e as restantes partes do acordo — Reino Unido, França, Alemanha, Rússia e China — juntaram-se em Viena para tentar reanimar o acordo, e prometeram ao Irão alívio das sanções em troca de restrições ao programa nuclear iraniano.
Os Estados Unidos participaram indiretamente nas conversações, uma vez que se retiraram do acordo em 2018, sob o então Presidente Donald Trump. O Presidente Joe Biden deu sinal de que pretende aderir de novo ao acordo.
Os Estados Unidos reimpuseram pesadas sanções ao Irão sob a administração de Donald Trump e Teerão respondeu com o aumento da pureza e das quantidades de urânio enriquecido que mantém em estoque, em violação do acordo – formalmente conhecido como Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês).
Olaf Scholz disse hoje aos participantes na Conferência anual de Segurança de Munique que as conversações com o Irão relativas ao seu programa nuclear avançaram muito nos últimos 10 meses e que “todos os elementos para a conclusão das negociações estão em cima da mesa”.
O líder do governo alemão criticou, porém, o Irão por ter intensificado o programa de enriquecimento de urânio e por ter restringido as inspeções por monitores da agência nuclear das Nações Unidas.
“Temos agora a oportunidade de chegar a um acordo que permita o levantamento das sanções”, disse Scholz. “Ao mesmo tempo, acontece que, se não formos bem sucedidos nisto muito rapidamente, as negociações ameaçam falhar”.
“A liderança iraniana tem agora uma escolha”, disse o chanceler. “Agora é o momento da verdade”.
Horas mais tarde, igualmente em declarações na Conferência de Munique, Hossein Amirabdollahian afirmou que o Irão “está disponível para alcançar um bom acordo, o mais cedo possível – se o outro lado tomar as decisões políticas necessárias”.
O chefe da diplomacia iraniana insistiu que o Irão está “com pressa” para chegar a um acordo, mas deixou claro que a questão das garantias por parte dos Estados Unidos sobre o restabelecimento futuro do acordo continua a ser um ponto delicado.
“Nunca estivemos tão perto de um acordo”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros. “É o lado ocidental que tem de apresentar as suas iniciativas e mostrar flexibilidade… até agora não demonstraram qualquer flexibilidade”, acrescentou.
O Irão insiste que o seu programa nuclear é exclusivamente destinado a fins pacíficos.
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