Numa declaração publicada pelos media locais, o ministro sul-africano do Desporto, Artes e Cultura, Nathi Mthethwa, afirmou que a leiloeira Guernsey concordou em suspender o leilão da chave, agendado para dia 23.
"A chave simboliza a história dolorosa da África do Sul e ao mesmo tempo representa o triunfo do espírito humano sobre o mal. Esta chave é a prova viva da longa viagem dos sul-africanos para a liberdade e pertence ao povo da África do Sul. Deve, portanto, ser legitimamente devolvido ao país", declarou o ministro.
"A Guernsey comprometeu-se a providenciar o regresso da chave à África do Sul, em consulta com as autoridades sul-africanas competentes. Os pormenores de tais disposições serão disponibilizados ao público no momento apropriado", acrescentou Mthethwa.
A casa de leilões com sede em Nova Iorque também concordou em suspender a venda de outros artigos que pertenciam ao histórico chefe de Estado sul-africano e Prémio Nobel da Paz e permitir às autoridades sul-africanas que determinem se os consideram como património nacional.
O Governo sul-africano começou por condenar o leilão em 24 de dezembro, na sequência de uma reportagem no jornal britânico Daily Mail sobre a licitação.
Mandela passou 18 dos seus 27 anos de prisão em Robben Island, perto de Cape Town (sudeste do país), numa cela cuja chave ofereceu ao seu carcereiro, Christo Brand, que acabou por se tornar seu amigo.
A chave, segundo o jornal britânico, poderia ser objeto de ofertas na ordem de 1 milhão de libras (cerca de 1,2 milhões de euros).
O representante comercial de Brand, Andrew Russel, indicou que Makaziwe Mandela, a filha mais velha de Nelson Mandela, pediu a Brand que incluísse a chave no conjunto das peças a leiloar, para ajudar a angariar fundos para o jardim memorial de Mandela na sua cidade natal de Qunu. "Por isso, Christo concordou em leiloá-la”, disse Russel.
Nos últimos três anos, a chave foi um dos artefactos expostos numa exposição mundial oficial de Nelson Mandela, segundo o representante do seu antigo carcereiro.
O leilão incluía presentes que tinham sido oferecidos a Mandela pelo ex-presidente americano Barack Obama e pela sua mulher, Michelle, os óculos e canetas cerimoniais do ex-presidente americano George W. Bush, presentes da Organização das Nações Unidas, entre outros.
Nelson Mandela (1918-2013), o primeiro presidente negro da África do Sul, passou 27 anos na prisão pela sua luta contra o regime do ‘apartheid’ segregacionista, imposto pela minoria branca do país entre 1948 e o início dos anos 90.
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