Manuel Augusto, que falava numa conferência de imprensa, em Luanda, para o “lançamento” da visita da Angola do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, salientou a impossibilidade de haver reciprocidade na atribuição de vistos, uma vez que Portugal está “condicionado” às regras do Espaço Schengen e da União Europeia (UE).

“Sem me querer adiantar aos factos, posso dizer com segurança que estamos a trabalhar, os dois governos, para encontrar uma solução que torne mais fácil a obtenção de vistos por parte dos angolanos para que possam entrar em Portugal. É preciso reconhecer que Portugal está condicionado nessa matéria pelas suas obrigações no âmbito do espaço Schengen e da UE”, sublinhou.

Para aplicar o princípio da reciprocidade, como Angola já fez com vários países da África Austral, Portugal não o pode fazer.

“Ora, não ficaria bem sermos nós a isentar e os angolanos não estarem isentos, pelo que estamos a trabalhar em soluções criativas. Devemos aqui sublinhar que, por iniciativa do primeiro-ministro português [António Costa], muito brevemente teremos muito boas notícias nesse sentido”, afirmou, sem especificar.

Marcelo Rebelo de Sousa chega terça-feira a Angola para uma visita de Estado que começa oficialmente no dia seguinte e se prolongará até sábado.

Terça-feira, num programa privado, participa como convidado na festa de aniversário do homólogo angolano, João Lourenço.

No decorrer da visita, o chefe de Estado português terá dois encontros privados com João Lourenço, fará uma intervenção numa sessão solene na Assembleia Nacional angolana, presidirá à assinatura de vários acordos e protocolos de cooperação bilaterais, realizará uma palestra numa universidade local e, na deslocação às províncias angolanas de Benguela e Huíla, participará num fórum económico que juntará empresários dos dois países, entre outros pontos na agenda.