“O Chega mantém a posição que tem vindo a defender para a SATA, de se separar a Azores Airlines da SATA Air Açores [responsável pelas ligações interilhas], de se acabar com as rotas deficitárias e que não haja mais dinheiro para a SATA Azores Airlines – que são tudo imposições da Comissão Europeia”, afirma o líder do Chega/Açores e deputado regional, José Pacheco, citado numa nota do partido.
De acordo com José Pacheco, “a Comissão Europeia aprovou hoje o plano de reestruturação da SATA, mas não sem antes deixar alguns alertas para a efetiva reorganização da companhia aérea açoriana, tal como o Chega vem defendendo”.
O deputado diz ainda que o plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia “já está com seis meses de atraso” e “vai permitir uma ajuda estatal no valor de 453,35 milhões de euros em empréstimos e garantias”.
“Um plano é um plano e só é bom quando resulta”, refere o parlamentar.
Para José Pacheco, “apesar de aprovado este auxílio estatal, Bruxelas deu um grande ‘puxão de orelhas’ à companhia aérea, necessário para se pôr as contas da SATA na ordem, mas que não paga a dívida que é astronómica”.
“É necessário perceber que a SATA compreende duas companhias aéreas: a SATA Air Açores, que temos de manter e defender porque é a nossa ligação entre todas as ilhas, e a SATA Azores Airlines, com a qual se andou brincar durante anos e que dá um enorme prejuízo, que já ultrapassa os 500 milhões de euros”, descreve.
O deputado considera que tal “não faz sentido numa região pobre como os Açores, onde há pessoas a ganhar 200 euros por mês, descartando que se continuem a colocar largos milhões de euros na empresa que faz as ligações dos Açores com o exterior”.
A Comissão Europeia aprovou hoje uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea açoriana SATA, de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo ‘remédios’ como uma reorganização da estrutura empresarial.
A injeção financeira implica o desinvestimento de uma participação de controlo (51%) na Azores Airlines, o desdobramento da atividade de assistência em terra e uma reorganização da estrutura empresarial da SATA, com a criação de uma ‘holding’ que substitui a SATA Air Açores no controlo das suas operações subsidiárias, revelou hoje a Comissão Europeia.
Estão ainda previstas a obrigação de a SATA ter um limite máximo na sua frota até ao final do plano de reestruturação e a proibição de, também até esse prazo, fazer qualquer aquisição de aviões.
As dificuldades financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores começou a registar prejuízos, agravados pelos efeitos da pandemia de covid-19, que teve um enorme impacto no setor da aviação.
Também hoje, a Comissão Europeia anunciou ter encerrado a investigação aberta em agosto de 2020 à transportadora açoriana SATA sobre os apoios públicos de Portugal, após a empresa ter reembolsado ao Estado português as verbas facultadas para aumentos de capital.
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