Os Estados Unidos abateram no sábado um “balão-espião” chinês que andava há dias a sobrevoar várias zonas do país, como o Estado do Montana, no nordeste, onde se situa um dos três campos de silos de mísseis nucleares existentes em território norte-americano.
A China admitiu que o balão lhe pertence, mas disse que se tinha extraviado da rota devido a ventos fortes e que é usado para fins meteorológicos, não para espionagem.
De visita aos Estados Unidos, Stoltenberg não confirmou a descoberta de balões espiões chineses sobre a Europa.
“Estamos a registar um aumento das atividades de inteligência chinesa na Europa através de diferentes mecanismos. Eles usam satélites, ataques informáticos e, como vimos nos Estados Unidos, balões”, frisou o secretário-geral da Aliança Atlântica durante uma conferência de imprensa com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
O responsável da NATO realçou que Pequim “aumentou muito o investimento nas suas capacidades militares” e alertou que os países da Aliança Atlântica “devem manter-se vigilantes face ao risco constante representado pela inteligência chinesa”.
A resposta a estas atividades, segundo Stoltenberg, deve ser “prudente e responsável”, tal como considerou a decisão de Washington de derrubar o balão chinês.
Stoltenberg alertou que a segurança já não é uma questão regional, mas global, já que “o que acontece na Ásia afeta a Europa e o que acontece na Europa afeta a Ásia e também a América do Norte”.
Já o chefe da diplomacia dos EUA insistiu na versão dos Estados Unidos de que países dos cinco continentes registaram a presença de balões espiões da China.
“Não estamos sozinhos nisto”, sustentou Blinken, classificando a presença do balão como uma violação “da soberania, da integridade territorial e do direito internacional”.
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, frisou hoje que a China lançou “no decurso dos últimos anos” uma “frota de balões destinados a operações de espionagem” em todo o mundo.
Segundo outro dos porta-vozes da Casa Branca, John Kirby, a China trabalha há anos nesse “programa” de balões para operações de espionagem que já sobrevoaram regiões de todo o mundo.
“Trata-se de um programa em que os chineses estão a trabalhar há vários anos. Tentaram melhorá-lo, expandiram-no e puseram-no em prática, tudo com o objetivo de obter informação confidencial”, destacou o porta-voz no centro de imprensa estrangeira.
Kirby adiantou que Washington está a falar com os seus aliados de todo o mundo para lhes oferecer informação sobre o alcance desse programa de espionagem chinês e, sem fornecer mais pormenores, indicou que hoje serão revelados novos dados sobre esta matéria.
Os Estados Unidos também anunciaram na sexta-feira que tinham detetado outro “balão-espião” sobre a América Latina, o que o Governo chinês também admitiu, embora continuando a manter que o dirigível não representava “qualquer ameaça”.
Os países sobre os quais foi detetado o aparelho foram a Costa Rica, a Colômbia e a Venezuela, segundo diferentes fontes.
A descoberta destes “balões-espiões” desencadeou uma crise diplomática entre Washington e Pequim e motivou a suspensão de uma viagem já agendada do secretário de Estado, Antony Blinken, ao país asiático.
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