A Comissão Nacional de Saúde chinesa disse que as mortes ocorreram nas províncias de Shandong e Sichuan. Nenhuma informação foi fornecida sobre a idade das vítimas ou se estavam totalmente vacinadas.
Hoje, a China anunciou mais 35.775 casos nas últimas 24 horas, 31.607 dos quais assintomáticos, elevando o total para 336.165, com 5.235 mortes.
A China, onde o vírus foi detetado pela primeira vez no final de 2019 na cidade central de Wuhan, é o último grande país a tentar interromper completamente a transmissão por meio de quarentenas, confinamentos e testes em massa.
Analistas consideram que as preocupações com as taxas de vacinação figuram com destaque na determinação do Partido Comunista de manter a sua estratégia de linha dura.
Nove em cada 10 chineses foram vacinados, entretanto, apenas 66% das pessoas com mais de 80 anos receberam uma dose da vacina e 40% receberam a dose de reforço nesta faixa etária, de acordo com a Comissão.
O organismo disse que 86% das pessoas com mais de 60 anos estão vacinadas.
Dados esses números e o facto de que relativamente poucos chineses desenvolveram anticorpos ao serem expostos ao vírus, teme-se que milhões possam morrer se as restrições forem totalmente suspensas.
No entanto, as manifestações em massa parecem ter levado as autoridades a suspender algumas das restrições mais duras, mesmo quando dizem que a estratégia “zero-covid” — que visa isolar todas as pessoas infetadas — ainda esteja em vigor.
As manifestações, as maiores e mais difundidas em décadas, começaram em 25 de novembro, depois que um incêndio num prédio de apartamentos na cidade de Urumqi, no noroeste do país, matou pelo menos 10 pessoas.
Isso desencadeou perguntas na internet sobre se os bombeiros ou as vítimas que tentavam escapar foram bloqueados por portas trancadas ou outros controlos antivírus. As autoridades negaram isso, mas as mortes tornaram-se um foco de frustração pública.
O país viu vários dias de protestos em cidades como Xangai e Pequim, com manifestantes a exigir uma flexibilização das restrições para o combate da covid-19. Alguns exigiram que o Presidente chinês, Xi Jinping, renunciasse, numa demonstração extraordinária de dissidência pública numa sociedade sobre a qual o Partido Comunista exerce controlo quase total.
Pequim e algumas outras cidades chinesas anunciaram que os passageiros podem embarcar em autocarros e metros sem um teste de vírus pela primeira vez em meses. Esta exigência gerou reclamações de alguns residentes de Pequim de que, embora a cidade tenha fechado muitas estações de teste, a maioria dos locais públicos ainda exige testes de covid-19.
Embora muitos tenham questionado a precisão dos números chineses, estes permanecem relativamente baixos em comparação com os Estados Unidos e outras nações que agora estão a relaxar os controlos e a tentar conviver com o vírus que matou pelo menos 6,6 milhões de pessoas em todo o mundo e infetou quase 650 milhões.
A China ainda impõe quarentena obrigatória para os viajantes que chegam, mesmo que os seus números de infeção sejam baixos em comparação com sua população de 1,4 mil milhões.
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