Meng estava considerado desaparecido desde 25 de setembro, quando viajou para a China. Após vários dias de silêncio, a Comissão nacional de supervisão (o órgão anticorrupção chinês) informou num breve comunicado a detenção de Meng, que anteriormente ocupava a pasta de ex-ministro-adjunto para a Segurança Pública do governo chinês antes de ser nomeado como dirigente máximo da Interpol em novembro de 2016, assinala o jornal de Hong Kong.
No comunicado oficial não são indicados os motivos da detenção de Meng, nem se teria infringido algumas das normas do Partido Comunista, a forma de a Comissão nacional de supervisão indicar os supostos casos de corrupção que submete a investigação.
Segundo o periódico, em 30 de setembro decorreu uma reunião de altos dirigentes do Partido Comunista chinês na qual o ministro da Segurança Pública, Zhao Kezhi, forneceu detalhes de uma conversa que manteve com Ding Xuexiang, chefe de gabinete do Presidente chinês Xi Jinping, e onde manifestou a urgência em reforçar a vigilância contra a corrupção.
Por sua vez, a mulher do presidente da Interpol disse hoje acreditar que o seu marido está em perigo e pediu à comunidade internacional que intervenha para clarificar o seu paradeiro.
Grace Meng promoveu uma conferência de imprensa num hotel de Lyon, em França, onde se encontra a sede da organização internacional de polícia, para explicar que recebeu duas inquietantes mensagens ‘sms’ do seu marido em 25 de setembro, e desde então não tem notícias suas.
Na primeira mensagem, Meng pedia que “aguardasse a sua chamada”, e mais tarde chegou outro ‘sms’ com um ‘emoticon’ que representa uma situação de perigo, segundo o diário local Le Progrès.
A mulher leu uma declaração em chinês e inglês onde também exorta a comunidade internacional a intervir no caso, para que seja desvendado o que aconteceu ao seu marido.
O secretário-geral da Interpol, o alemão Jürgen Stock, pediu ontem à China que clarifique o paradeiro de Meng, que desapareceu pouco após chegar ao seu país.
Stock aguarda “uma resposta oficial das autoridades chinesas” que esclareça as preocupações que suscitou o desaparecimento de Meng, que segundo a imprensa do seu país estaria detido e sob investigação, uma informação que acabou por ser confirmada.
A procuradoria de Lyon abriu na sexta-feira uma investigação sobre o desaparecimento de Meng, que segundo diversos media de Hong Kong estaria a ser investigado como antigo responsável do governo chinês e poderá ter sido vítima de uma purga interna do regime.
Apesar de ser um cargo essencialmente honorífico, a designação de Meng foi muito criticada por organizações de defesa dos direitos humanos.
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