Numa videoconferência que marcou o reinício do diálogo militar de alto nível entre os dois países, Liu Zhenli, membro da Comissão Militar Central da China e chefe do Departamento do Estado-Maior, disse ao chefe do Estado-Maior dos EUA, Charles Brown, que as duas forças armadas devem “conduzir a comunicação e a cooperação com base na igualdade e no respeito”, a fim de “promover conjuntamente a estabilização e a melhoria das relações bilaterais”.
O representante chinês sublinhou que a questão de Taiwan é um “assunto interno” da China que “não admite qualquer interferência externa”, e que o Exército chinês “vai defender resolutamente a soberania nacional e a integridade territorial”, de acordo com um comunicado emitido pelo ministério da Defesa chinês.
Liu afirmou que a chave para desenvolver relações militares “saudáveis, estáveis e sustentáveis” é que os EUA “tenham uma perceção correta da China”, partindo do princípio que os EUA “respeitam genuinamente os interesses fundamentais e as principais preocupações” da China.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Estado-Maior dos EUA, Brown “discutiu a importância de trabalhar em conjunto para gerir responsavelmente a rivalidade, evitar erros de cálculo e manter linhas de comunicação abertas e diretas”.
“É importante que os militares chineses se envolvam num diálogo substantivo para reduzir a probabilidade de mal-entendidos”, afirmou Brown.
O diálogo militar de alto nível entre as duas potências foi suspenso por Pequim depois de a então Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, ter visitado Taiwan em agosto de 2022.
Os presidentes chinês e norte-americano, Xi Jinping e Joe Biden, respetivamente, concordaram em retomar estas conversações durante a sua reunião em novembro passado, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco.
A China reivindica a soberania sobre quase todo o mar do Sul da China e investiu em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infraestruturas.
Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam partes desta zona, o que tem alimentado intensos diferendos territoriais com a China.
A tensão entre a guarda costeira filipina e os navios da marinha chinesa tem vindo a aumentar nos últimos meses, com vários incidentes de navios chineses a atacarem navios filipinos com canhões de água, segundo Manila.
Trinta por cento do comércio mundial passa pelo mar do Sul da China, que inclui os arquipélagos de Paracel e Spratly, no centro das reivindicações de soberania de vários países, e alberga 12% das zonas de pesca do mundo, bem como campos de petróleo e gás.
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