“A China está pronta para continuar a oferecer um firme apoio mútuo à Rússia em questões que dizem respeito aos respetivos interesses fundamentais dos dois países”, disse Xi, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

Xi Jinping apelou ainda a Moscovo para que “continue a enriquecer a parceria estratégica que une os dois países” e a “fazer com que a cooperação atinja patamares mais elevados em vários domínios”.

“Também devemos fortalecer a nossa cooperação em várias áreas através das Nações Unidas, dos BRICS [bloco que integra cinco economias emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], da Organização de Cooperação de Xangai ou do G20 [as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia]”, acrescentou o líder chinês.

Xi apontou que ambas as partes devem “melhorar o nível de cooperação nas áreas do comércio e investimento” e “ampliar a cooperação nos setores da energia e conectividade”, bem como “criar novos pontos de crescimento”.

O governante chinês também afirmou que pretende “continuar a fortalecer os intercâmbios culturais” e garantiu que “a China procura trabalhar com a Rússia e os países da União Económica da Eurásia para promover um mercado regional mais aberto e garantir o funcionamento das cadeias de fornecimento”.

Mishustin indicou, por sua vez, que Moscovo quer “aplicar vigorosamente o importante consenso alcançado pelos chefes de Estado de ambos os países” e “realizar reuniões mais regulares, visando avançar a cooperação num nível prático”.

“A Rússia está disposta a trabalhar com a China para promover relações internacionais multipolares e consolidar uma ordem internacional baseada no Direito Internacional”, disse o primeiro-ministro russo, de acordo com o comunicado da diplomacia chinesa.

Mishustin é o representante russo de mais alto escalão a visitar a China desde o início da invasão da Ucrânia, assunto que não é mencionado na nota oficial da diplomacia chinesa.

A China afirmou ser neutra no conflito na Ucrânia e que quer desempenhar o papel de mediador, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e culpou o alargamento da NATO pelo conflito.

As trocas comerciais entre a China e a Rússia aumentaram 34,3% no ano passado, permitindo a Moscovo atenuar os efeitos das sanções impostas pelo Ocidente na sequência da ofensiva militar russa no território ucraniano.

Pequim divulgou um plano de paz em fevereiro passado que foi amplamente rejeitado pelos aliados da Ucrânia, que insistem que as forças russas devem primeiro retirar-se do território ucraniano.

Apenas uma semana antes do início da guerra na Ucrânia, Xi Jinping e o homólogo russo, Vladimir Putin, declararam, em Pequim, uma amizade “sem limites”.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).