Neste âmbito, a secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, recebeu a família e ouviu a sua história, assumindo o compromisso de sinalizar o caso junto das entidades competentes, “de forma a estas analisarem a situação e verificarem da possibilidade e disponibilidade de uma solução de emergência para a família em causa, sem pôr em causa o que são os procedimentos e normais regulamentos de acesso à habitação pública”.
“Comprometeu-se ainda a fazer o ponto de situação do andamento do processo na próxima sexta-feira”, avançou fonte do gabinete do Ministério das Infraestruturas e Habitação, em resposta à agência Lusa.
Com três filhos, dois de 13 e um de 17 anos, Julieta e Pedro Salgado, que moram na zona da Bica, em Lisboa, podem ser despejados a partir da próxima segunda-feira, apesar de, até ao momento, existir “uma ausência total de alternativa habitacional”, afirmou Rita Silva, da Habita – Associação pelo Direito à Habitação e à Cidade, no âmbito da ação de protesto, que teve ainda o apoio da plataforma Stop Despejos.
De acordo com Rita Silva, esta família está numa “situação limite”, podendo ser despejada “a partir de 7 de outubro”.
A mobilização em frente ao Ministério das Infraestruturas e Habitação pretendeu encontrar uma solução habitacional para esta família, após terem enviado uma carta a pedir apoio para esta situação de emergência, à qual não obtiveram resposta.
Para a representante da associação Habita, é preciso “uma alternativa prévia de habitação, que não exponha esta família, principalmente as crianças, a uma situação de despejo”.
“Tenho três filhos, todos com necessidades de acompanhamento médico” e “vi a minha renda passar de 400 para 800 euros”, lamentou Pedro Salgado, em declarações à Lusa, admitindo “não saber o que vai fazer” e garantindo que “já fez tudo”.
A situação da família de Pedro Salgado foi relatada no passado domingo, aquando da participação na concentração pelo direito à habitação, que decorreu na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
“Já fui à assembleia do município, já concorri aos concursos todos da câmara, já estive numa reunião, através da Habita. Todos me dizem que tenho direito a uma casa, mas depois não há nada para ninguém”, disse o morador.
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