Num campus dividido por cores, a Faculdade de Direito era uma das mais concorridas. No interior, encontravam-se várias pessoas que esperavam para votar pelo círculo eleitoral de Lisboa.
Uma delas, Jorge Nunes, disse que optou pelo voto antecipado uma vez que tanto ele como a mulher têm “assuntos para fazer no dia das eleições”.
“Aproveitamos a oportunidade”, assinalou o eleitor, que elogiou a organização do ato.
“Acho que está muito bem organizado. Foi muito fácil, tanto em termos de estacionamento, como nas indicações que foram dadas”, apontou.
Jorge Ferreira, também eleitor no círculo de Lisboa, justificou o voto antecipado com a sua “condição profissional”.
“Devido à minha condição profissional, no domingo não poderei e antecipei por motivos profissionais”, afirmou, sobre aquela que foi a primeira vez que votou de forma antecipada.
Também Jorge Ferreira disse que o voto antecipado está “bem organizado”.
Na rua, e perante o rebuliço de eleitores que se dirigiam para as suas mesas de voto, estava Jorge Vaz de Carvalho, que vota normalmente em Arroios.
Para estas eleições, optou por votar mais cedo e disse à Lusa que a razão pelo voto antecipado, a primeira vez que o faz, passou pela ideia de haver menos filas para as urnas.
Segundo o eleitor, o que o levou “foi pensar, pelos vistos erradamente, que teria menos pessoas do que no dia 30”.
“No dia 30, normalmente, não tenho filas onde voto e, aqui, afinal, havia”, apontou.
Ainda assim, Jorge Vaz de Carvalho elogiou a organização e disse que decorreu “muito bem”.
Ana Maria Chaves, eleitora por Lisboa, também se estreou no voto antecipado, por não estar, no dia 30, em Lisboa.
Após o voto, na Faculdade de Economia, disse à Lusa que o processo “estava bem organizado”.
João Cordeiro viu o voto em mobilidade como uma oportunidade para votar. Registado nos Açores, a distância foi o principal motivo para optar por esta modalidade.
“Para os Açores tinha de apanhar um avião para votar, e como trabalho cá durante a semana, não poderia ir lá ao fim de semana”, referiu.
A dirigir-se para a mesa de voto, o açoriano considerou, também, que o ato estava bem organizado, acrescentando que foi uma melhoria face às eleições presidenciais de 2021.
“Isto por cores, tudo separado, facilita muito. Uma pessoa vai à internet e vê logo onde tem de ir, sabia que ia à Faculdade de Letras, chego aqui tem aquele cartaz enorme a dizer ‘Açores’ logo à entrada”, vincou.
O eleitor por Braga Fernando Santos Pereira, é já experiente no voto em mobilidade.
“Costumo fazer isso [votar em mobilidade]. É uma questão de opção, posso realizar o voto mais cedo, é algo que eu costumo fazer já desde que existe o voto antecipado neste sistema aberto”, explicou Fernando Santos Pereira.
Perante os atos anteriores, o eleitor disse que “está similar”.
“Estas coisas estão a correr bem, de uma forma geral têm corrido bem. É um processo que não é fácil devido, por vezes, à dificuldade em prever qual vai ser a quantidade de eleitores a participarem desta forma”, concluiu.
Além da cidade universitária, no município de Lisboa existem também assembleias de voto antecipado em mobilidade na escola básica do Lumiar e na Escola Secundária do Restelo, num total de 152 mesas.
O Governo tinha desejado uma logística para cerca de um milhão de eleitores votarem antecipadamente em mobilidade uma semana antes das eleições legislativas, mas em todo o país inscreveram-se 315.785 eleitores. Em Lisboa esse número é de 37.846 eleitores, sendo metade fora do círculo eleitora da capital.
Os eleitores recenseados no território nacional puderam inscrever-se, entre os dias 16 e 20, para votar hoje antecipadamente em mobilidade, uma semana antes das eleições legislativas de 30 de janeiro.
Segundo o Ministério da Administração Interna, os eleitores que tenham feito a sua inscrição no voto antecipado em mobilidade, mas não consigam exercer o seu direito de voto no domingo, podem votar no dia 30.
Nas anteriores legislativas, em 2019, mais de 50.000 eleitores votaram antecipadamente, uma semana antes das eleições, enquanto nas presidenciais de 2021, já durante a pandemia de covid-19, 197.903 portugueses exerceram o seu direito uma semana antes da data do ato eleitoral.
Mais de 10 milhões de eleitores residentes em Portugal e no estrangeiro constam dos cadernos eleitorais para a escolha dos 230 deputados à Assembleia da República.
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