A reunião começou com os discursos do Presidente tunisino, Béji Caïd Essebsi, anfitrião da cimeira, e do rei Salman, da Arábia Saudita, que presidiu à reunião anterior.

Ambos fizeram a defesa da causa palestiniana e referiram que a designação de Jerusalém como capital do Estado palestiniano é o mecanismo chave para lidar com conspirações, numa alusão implícita à iniciativa do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de passar para essa cidade a sua embaixada.

Ambos também criticaram a recente decisão da Casa Branca de apoiar a soberania plena de Israel sobre os montes de Golã, ocupados pelo exército hebreu durante a Guerra dos Seis Dias (1967).

“A paz e a estabilidade só poderiam ser alcançadas resolvendo a crise palestiniana de maneira justa e equitativa, o que depende da declaração de Jerusalém como a capital do Estado palestiniano”, afirmou Essebsi.

No seu discurso de boas-vindas, Essebsi também rejeitou qualquer tipo de interferência nos assuntos árabes e sublinhou que a resolução da crise na Líbia – um país dividido desde 2014 – beneficiará a todos.

Neste contexto, o Presidente tunisino exortou todas as partes interessadas a tomarem as medidas necessárias para resolver esta crise, que no sábado foi abordada na Tunísia pelo quarteto mediador formado pela Organização das Nações Unidas, a União Europeia, a União Africano e a Liga Árabe.

Tanto o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, como o alto representante da Política Externa e Segurança da União Europeia, Federica Mogherini, participaram na cerimónia de abertura, que começou com a recitação do Alcorão.

Uma vez concluída a abertura, os líderes árabes reuniram-se à porta fechada para discutir a declaração final, que criticará a posição dos Estados Unidos da América sobre o Golan, denunciará as políticas regionais do Irão e da Turquia, defenderá a causa palestiniana e pedirá ainda o fim da divisão na Líbia.

Os chefes de Estado de Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Kuwait, Egito, Jordânia, Iraque, Iémen, Líbano, Palestina, Mauritânia e Djibuti participaram na cimeira.

Estão ausentes o Presidente do Sudão, Omar Hassan al Bachir, sobre o qual pesa uma ordem internacional de detenção, o rei de Marrocos, Mohamed VI, o sultan Qabus de Omã e o Presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, gravemente doente.

Paralelamente à cimeira, a sociedade civil e a associação de jornalistas tunisinos realizam uma série de eventos para denunciar a falta sistemática das liberdades e a violação regular dos direitos humanos na região.

As iniciativas incluem uma marcha no centro capital da Tunísia.