Os 6.700 manifestantes instaram o Presidente francês a revelar as reformas e insurgiram-se a que promessas de centenas de milhões de euros das maiores fortunas francesas tivessem sido anunciados para ajudar a reconstruir a catedral.

“É uma coisa boa este dinheiro para Notre Dame, mas quando vemos o que se pode desbloquear em algumas horas…”, resumiu Jean François Mougey, reformado da operadora ferroviária francesa, a SNCF, considerando que a resposta aos pedidos dos “coletes amarelos” de justiça social deveria ser também rápida.

Segundo as autoridades, foram detidas para interrogatório quase 200 pessoas até às 17:45.

Em vários locais, os “coletes amarelos”, incluindo muitos jovens vestidos de preto e cara tapada, criaram o caos, incendiando ‘scooters’.

Segundo a France Presse, alguns gritaram repetidamente “Suicidem-se” em direção aos polícias, em alusão ao facto de a corporação estar a registar uma vaga de suícidios sem precedentes desde o início do ano.

A polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.

Os protestos estenderam-se a outras zonas de França e mais de 60.000 elementos das forças de segurança foram destacados.

Na capital francesa, os polícias impediram preventivamente o acesso re manifestantes a lugares simbólicos, entre os quais os Campos Elísios e as imediações de Notre Dame.

As autoridades temem que grupos violentos se misturem com os “coletes amarelos”, apelando a que os manifestantes “se dissociarem desses elementos”.

Até ao meio-dia, a polícia realizou mais de 11.000 controlos preventivos em Paris.

Os manifestantes reúnem-se pelo 23.º sábado consecutivo desde novembro de 2018. O movimento nasceu espontaneamente num sinal de protesto que começou contra a taxação de combustíveis em França e contesta agora a carga de impostos, perda do poder de compra e desilusão geral com o Governo.