Segundo dados divulgados pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, o PS ficou em primeiro lugar nas eleições autárquicas, com 34,23% dos votos e 148 câmaras conquistadas em listas próprias – um resultado pior que o de 2013 quando o partido, na altura liderado por António José Seguro, tinha ganho 149 municípios e registado 36,26% dos votos –, além do concelho de Felgueiras, no distrito do Porto, ganho em coligação com o Livre.
Em 2017, nas primeiras eleições ganhas por António Costa enquanto secretário-geral do PS, o partido tinha conquistado 161 municípios – 159 em listas próprias e dois em coligação –, naquele que foi o melhor resultado de um partido em eleições autárquicas.
Em segundo lugar, o PSD conquistou 72 câmaras em listas próprias, e outras 41 em coligação, das quais 31 em aliança com o CDS-PP.
Com um total de 113 municípios, o partido de Rui Rio distancia-se assim dos resultados obtidos tanto nas eleições autárquicas de 2017 – onde o PSD tinha registado o seu pior resultado de sempre, com a conquista de 98 câmaras –, como nas eleições de 2013, onde tinha assegurado a presidência de 106 municípios.
A CDU (PCP/PEV) confirmou a sua tendência decrescente em eleições autárquicas: depois de ter obtido o seu pior resultado de sempre em 2017 – com a perda de 10 câmaras municipais, passando a ter 24 –, este ano perdeu outras 5, ficando com a presidência de 19 municípios e largando a mão de bastiões que lhe pertenciam desde 1976, como Mora, Montemor-o-Novo (distrito de Évora) e Moita (Setúbal).
O Chega, nas primeiras eleições autárquicas em que participou, ficou em quarto lugar, sem conquistar qualquer câmara, mas com a eleição de 19 vereadores, a maioria dos quais no distrito de Lisboa (com representantes nas câmaras municipais de Cascais, Odivelas, Loures, Vila Franca de Xira, Sintra e Azambuja) e de Santarém (Entroncamento, Benavente, Salvaterra de Magos e Santarém).
Em quinto lugar, o Bloco de Esquerda obteve 2,75% dos votos que, no entanto, não se traduziram na conquista de qualquer câmara e significaram também uma perda significativa do número de vereadores bloquistas: dos 12 vereadores conquistados em 2017, o BE passou agora a ter quatro.
O CDS-PP, que concorreu na maioria dos concelhos em coligação, conseguiu manter em listas próprias as seis câmaras municipais que já liderava: Velas (Açores), Santana (Madeira), Ponte de Lima (Viana do Castelo), Vale de Cambra, Oliveira do Hospital e Abergaria-a-Velha (Aveiro).
No entanto, em número de votos, o partido de Francisco Rodrigues dos Santos obteve um resultado do pior do que nas últimas autárquicas, descendo dos 2,59% então adquiridos para os 1,48%.
Nas suas primeiras eleições autárquicas, a Iniciativa Liberal não conseguiu eleger qualquer vereador em listas próprias, ficando pelos 26 deputados municipais e obtendo 1,30% dos votos.
O PAN também não conseguiu eleger vereadores e, a nível nacional, isolado, nos dados relativos a câmaras municipais, assembleias municipais e de freguesia, ficou sempre atrás de duas forças políticas estreantes nestas eleições: o Chega e a Iniciativa Liberal.
Em assembleias municipais elegeu 26 deputados (menos um do que em 2017) e em assembleias de freguesia aumentou significativamente a sua representação, passando de seis eleitos para 23. No que se refere a grupos de cidadãos, 19 alcançaram a presidência de municípios, o número mais elevado desde que estes grupos puderam começar a candidatar-se a eleições autárquicas em 2009.
Em termos de abstenção, registou-se o segundo valor mais elevado em eleições locais, com 46,35% dos eleitores a não se deslocarem às urnas, um número apenas ultrapassado pelos valores de 2013 (47,4%), segundo os dados do Ministério da Administração Interna.
Apesar de todos os votos estarem contados, falta ainda realizar-se a votação na União de Freguesias da Trofa, Segadães e Lamas do Vouga, no concelho de Águeda, que não pode decorrer este domingo devido a um erro nos boletins de voto, e que deverá ter lugar daqui a duas semanas.
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