Carola Rackete tinha sido detida, em 29 de junho, por entrar no porto italiano de Lampedusa, ignorando um bloqueio imposto pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, e acusada de chocar contra um barco da polícia de fronteira, quando desembarcou com 40 migrantes resgatados da Líbia.
Três dias depois, um juiz anulou o mandato de detenção, dizendo que a comandante do navio humanitário tinha agido para salvar vidas, mas a comandante do navio Sea-Watch 3 continua sob investigação.
Hoje, Rackete foi interrogada por promotores italianos da cidade siciliana de Agrigento, suspeita de estar a ajudar a imigração ilegal e sob investigação por ignorar o bloqueio determinado pelo Governo de Roma.
“Espero que a Comissão Europeia, após a escolha de um novo parlamento, faça o possível para evitar este tipo de situações e que todos os países aceitem migrantes salvos por navios de resgate civil”, disse Carola Rackete, à saída das audições.
“Fiquei muito feliz por poder explicar todos os pormenores da operação de resgate em 12 de junho”, disse a capitã, referindo-se à sua ação com migrantes da Líbia, pela qual está agora a ser inquirida judicialmente.
O advogado de Rackete, Alessandro Gamberini, disse aos jornalistas que, depois da detenção ter sido anulada, a sua constituinte é livre de regressar à Alemanha, seu país de origem, mas que ela ainda pudera permanecer em Itália.
Gamberini também disse que criminalizar as pessoas por salvar vidas humanas no mar é um ato de "irresponsabilidade".
O ministro do Interior italiano, Salvini, defendeu uma postura dura contra a migração ilegal, fechando os portos italianos a barcos humanitários.
Salvini culpa os navios de ação humanitária de estarem a ajudar os traficantes de seres humanos, resgatando os migrantes que tentam atravessar o Mediterrâneo, para entrarem na Europa de forma ilegal.
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