"Esta taxa deve-se em muito à coordenação dos serviços de busca e salvamento marítimo que estão na dependência da Marinha, de muitos autores do sistema, entre eles a Autoridade Marítima, a Polícia Marítima, o Instituto de Socorros a Náufragos e as capitanias", explicou Gouveia e Melo.
O Comandante Naval falava no Funchal, durante a cerimónia de entrega do Comando da Zona Marítima da Madeira ao capitão-de-mar-e-guerra José Luís Guerreiro Cardoso, que substitui o comodoro Silva Ribeiro, após 20 meses no cargo.
Gouveia e Melo salientou também o papel desempenhado pela Força Aérea Portuguesa no sucesso das operações de busca e salvamento no mar e também dos navios mercantes, que muitas vezes se desviam das suas rotas para colaborar em operações.
O responsável sublinhou, por outro lado, a importância da Marinha como garante da soberania nacional, considerando que o mar português é um "acervo essencial" do Estado e também tendo em conta o atual contexto internacional.
"Os Estados deixaram de ter o exclusivo da violência e da gestão da violência. Hoje o mundo é muito mais confuso. É um mundo em que há uma permeabilidade muito grande entre o que são ações do Estado, de Estados desestruturados, de grupos e de criminosos e a ação no mar tem de ser coerente com o novo ambiente", advertiu.
Na cerimónia de entrega do Comando da Zona Marítima da Madeira, o comandante Silva Ribeiro, que agora cessa funções, destacou alguns aspetos do trabalho realizado nos últimos 20 meses, onde se destaca a entrada em funcionamento de quatro estações de radar costeiras, no âmbito do Sistema Costa Segura, e ainda a entrada em funcionamento do posto da Autoridade Marítima nas ilhas Selvagens.
Durante este período, Zona Marítima da Madeira teve atribuídos 800 marinheiros e dez navios, que percorreram o equivalente a duas voltas à Terra.
No decurso de 115 ações de fiscalização no mar foram detetados 26 presumíveis infratores e, no âmbito de 800 ações de cariz policial em mar e terra à atividade da pesca, do recreio marítimo-turístico e do uso do domínio público marítimo, foram 50 presumíveis prevaricadores.
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