Israel ordenou aos residentes que abandonassem uma zona no centro de Khan Yunis que inclui o Hospital Nasser e duas instalações médicas mais pequenas, em mais uma ofensiva militar contra o Hamas, que já dura há três meses.
Segundo o gabinete humanitário das Nações Unidas, a zona alberga mais de meio milhão de pesoas, entre habitantes locais e deslocados devido aos combates noutras partes de Gaza.
Mas os Médicos Sem Fronteiras (MSF) disseram que a fuga não era uma opção para muitos, lembrando que o próprio pessoal da organização ficou preso em Nasser com cerca de 850 pacientes e milhares de pessoas deslocadas porque as estradas circundantes eram inacessíveis ou demasiado perigosas.
O hospital, segundo os MSF, é um dos dois únicos no sul da Faixa de Gaza que ainda pode tratar pacientes em estado crítico. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, também disse que o hospital tinha sido isolado.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu prosseguir a ofensiva até à “vitória total” contra o Hamas, que iniciou a guerra com o ataque de 07 de outubro do outro lado da fronteira, matando cerca de 1.200 pessoas em Israel e sequestrando outras 240.
Os militares israelitas afirmaram que as suas forças estavam a combater os milicianos no interior de Khan Yunis, depois de terem cercado a cidade um dia antes.
As autoridades militares afirmaram que os aviões estavam a atingir alvos no âmbito das operações no local e que também tinham como alvo supostas posições do Hamas no centro e norte de Gaza.
A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos declarou que nove pessoas foram mortas quando um centro de formação da ONU em Khan Yunis, onde se encontravam abrigadas 800 pessoas, foi atingido por disparos de tanques, segundo o diretor da agência em Gaza, Thomas White.
Segundo a agência, o mesmo local também foi atingido no início desta semana, matando seis pessoas.
O exército israelita ainda não comentou os ataques, mas tem adiantado que os milicianos do Hamas operam na área das instalações da ONU, bem como noutras estruturas civis.
Milhares de pessoas fugiram terça-feira para sul de Khan Yunis em direção à cidade de Rafah.
Segundo a ONU, cerca de 1,5 milhões de pessoas — aproximadamente dois terços da população de Gaza – estão amontoadas em abrigos e campos de tendas em Rafah e arredores, que fica na fronteira com o Egito.
Mesmo aí, os palestinianos têm encontrado pouca segurança, uma vez que Israel efetua regularmente ataques dentro e fora da cidade.
Pelo menos cinco pessoas morreram quando um ataque atingiu hoje uma mesquita em Rafah, segundo reportou a agência noticiosa Associated Press.
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