Marco Henriques, da Direção Operacional (DOP) de Santarém da Rodoviária do Tejo, disse à Lusa que, se se mantiver a impossibilidade de abastecimento nos postos da região até terça-feira, mesmo reduzindo os serviços nos próximos dias, haverá “muita dificuldade” em assegurar o transporte dos alunos.
“Neste momento não há nenhuma bomba onde abastecer e as nossas reservas estão a ser usadas para as viaturas que fazem a ligação a Lisboa, mas estão a ficar reduzidas”, disse.
Na área desta DOP – que abrange os concelhos de Santarém, Rio Maior, Alpiarça, Almeirim, Cartaxo e Azambuja -, a partir de quinta-feira, serão assegurados os transportes urbanos ao início da manhã e final do dia, mantendo-se apenas alguns dos restantes.
Nos interurbanos, serão assegurados apenas “os principais”, com supressão em algumas zonas nos limites dos concelhos e ao meio do dia, adiantou.
Também a área da Direção Operacional de Torres Novas, que abrange os concelhos do Médio Tejo, está a preparar um aviso à população dando conta da supressão de várias carreiras a partir de quinta-feira e até segunda-feira, num esforço de “poupança de gasóleo”, disse a sua responsável, Teresa Fernandes.
No caso da Ribatejana, que tem como pontos de origem os concelhos de Coruche, Benavente e Salvaterra de Magos, António Andrade disse à Lusa que a gestão vai ser feita dia a dia, tendo sido, para já, decidido manter os horários em “hora de ponta” e suprimir várias carreiras ao longo do dia de quinta-feira.
Segundo afirmou, não há combustível disponível nos postos de Coruche e de Salvaterra de Magos, estando a empresa a recorrer já às suas reservas, as quais terão que ser geridas para tentar que durem o máximo, na expectativa de que a situação se resolva nos próximos dias.
Orlando Ferreira, administrador da Rodoviária do Tejo (que abrange ainda a região Oeste e o distrito de Leiria), havia já declarado à Lusa que a empresa está “focada no regresso dos alunos às aulas, na terça-feira”, e que o número de carreiras a suprimir “dependerá de as empresas de transportes fora de Lisboa e Porto serem incluídas nos serviços mínimos” e do número de dias de greve dos motoristas.
“Mesmo que a greve termine rapidamente, o reabastecimento vai demorar algum tempo a ser regularizado”, alertou.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Ao final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, foram definidos os serviços mínimos.
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