Em declarações aos jornalistas no momento que assinalou o lançamento do manifesto “Por uma TAP pública ao serviço do país”, Rui Nunes, da Comissão de Trabalhadores (CT), referiu que o objetivo desta ação é sensibilizar o Governo para que tome medidas para que a TAP se mantenha na esfera do Estado.

“Não queremos ser uma empresa subsidiária, nem ser transformados numa ‘low-cost'”, afirmou Rui Nunes, cenários que, referiu, se colocarão caso se verifique a entrada de um investidor privado na transportadora.

Esta posição foi igualmente sublinhada por Atílio Noronha, reformado da TAP e que durante 35 anos foi supervisor de cabine, que acentuou que qualquer outra solução para a empresa que não passe por mantê-la na esfera pública, ou seja, vendê-la ou torná-la “subsidiária de uma outra companhia europeia”, vai fazer com que a “TAP não possa ser aquilo que se espera e ser importante para o país”.

O manifesto, que conta com a assinatura de funcionários e de reformados da TAP, de várias empresas do setor, membros de organizações representativas de trabalhadores e diversas personalidades do mundo académico ou cultural, como o músico Jorge Palma, vai agora ser transformado num abaixo-assinado dirigido aos trabalhadores da empresa e cidadãos em geral.

No texto do manifesto pode ler-se que “é preciso que o poder político não ceda perante os grandes interesses e que assuma o desenvolvimento da empresa” e que “sem a intervenção do Estado a companhia não teria resistido aos impactos da pandemia”.

Rui Nunes manifestou ainda preocupação com o plano de reestruturação que está a ser delineado — e que o Governo terá de apresentar em Bruxelas, na sequência da ajuda financeira à companhia – , assumindo, porém, que nos vários encontros que a CT teve com o ministro da tutela, Pedro Nunes Santos, e com a administração da TAP, não lhes foi avançada informação sobre o conteúdo do plano.

“Temos tido encontros com o ministro Pedro Nuno Santos, reunimos também há uma semana com administração e elementos da Boston Consulting Group. Basicamente expusemos as nossas posições, mas não sabemos ainda o que vai ser feito”, disse.

A Boston Consulting Group (BCG) foi a consultora selecionada para a elaboração do plano de reestruturação da TAP,

O Conselho de Ministros aprovou em 17 de julho a concessão de um empréstimo de até 1.200 milhões de euros à TAP, em conformidade com a decisão da Comissão Europeia.

Além do empréstimo remunerado a favor do Grupo TAP de 946 milhões, ao qual poderão acrescer 254 milhões, sem que, contudo, o Estado se encontre vinculado à sua disponibilização, as negociações tinham em vista a aquisição, por parte do Estado português, de participações sociais, de direitos económicos e de uma parte das prestações acessórias da atual acionista da TAP SGPS, Atlantic Gateway, SGPS, Lda.

Desta forma, o Estado português passa a deter uma participação social total de 72,5% e os correspondentes direitos económicos na TAP SGPS, pelo montante de 55 milhões de euros.

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