“Penso que antes do fim da presidência portuguesa poderemos adotar a Agência da União Europeia [UE] para o Asilo, e isso mostra que a UE pode chegar a acordo em matéria de migração”, afirmou Ylva Johansson que está em Lisboa a participar na reunião ministerial de Justiça e Assuntos Internos UE-EUA, no Centro Cultural de Belém.

Estas declarações surgem após a presidência portuguesa ter conseguido a aprovação do Conselho da UE, na passada semana, para a “extensão do mandato para as negociações com o Parlamento Europeu relativas à proposta de novo regulamento para o Gabinete Europeu de Apoio em Asilo (EASO, na sigla em inglês), que visa a criação de uma agência europeia de pleno direito”.

A nova agência visa dar resposta a pedidos de proteção internacional, garantindo melhor funcionamento, assistência e convergência na avaliação dos pedidos.

No inicio de junho, a Comissão Europeia tinha já dito estar otimista sobre a aprovação do Pacto para as Migrações e Asilo ainda durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), ou seja até final de junho,

“A Comissão está em permanente contacto com os seus parceiros, nomeadamente com o ministro [da Administração Interna, Eduardo] Cabrita, a presidência portuguesa e o Parlamento Europeu (PE), disse o comissário Margaritis Schinas, o comissário europeu para a Promoção do Modo de Vida Europeu.

“A presidência portuguesa, com a nossa ajuda, fez um excelente trabalho na proposta das agências de asilo, as diferenças estão a estreitar-se, há boa vontade, e espero que no próximo conselho seja alcançado um acordo”, adiantou na altura o comissário.

A comissária europeia Ylva Johansson disse ainda, sobre a reunião de hoje, estar “ansiosa” para trabalhar com os Estados Unidos na gestão da migração “de forma ordenada”, além de esperar uma “cooperação mais estreita” no combate ao terrorismo, ao crime organizado e às drogas.

O comissário europeu da Justiça, Didier Reynders, realçou por seu turno, á entrada para a reunião, a necessidade de trabalhar com os EUA na área da segurança, nomeadamente na luta contra o “discurso de ódio”, “crimes de ódio” e o “extremismo”.

Apontando que, na reunião ministerial, deverá ser discutida a retoma das viagens da UE para os EUA, o responsável sublinhou aguardar “reciprocidade” dos Estados Unidos, tendo em conta que o bloco europeu já permite viagens a turistas norte-americanos desde que estejam vacinados com as duas doses e cumprido o prazo de 15 dias após a toma.

O vice-presidente executivo da Comissão Margaritis Schinas defendeu também a necessidade de “intensificar” a cooperação UE-EUA para “encontrar uma solução que facilite as restrições de viagens no que diz respeito à pandemia de covid-19”.

A reunião de hoje entre os dois blocos é presidida pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, em representação do Conselho da UE, estando presentes os três comissários e, do lado norte-americano, o secretário de Estado da Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e o chefe do Comité dos Assuntos Internacionais do Departamento de Justiça, Bruce Swartz.