"A Dinamarca é um país muito especial, com pessoas incríveis, mas considerando os comentários da primeira-ministra Mette Frederiksen, em como não tem interesse em discutir a compra da Gronelândia, eu vou adiar a visita que estava marcada para daqui a duas semanas para outra altura", escreveu Trump no Twitter.

"A primeira-ministra poupou trabalho e custos aos Estados Unidos e à Dinamarca ao ser tão direta. Agradeço-lhe e vejo com expectativa o reagendamento [da visita] no futuro", continuou.

Donald Trump ia visitar a Dinamarca nos próximos dias 02 e 03 de setembro. Trump previa discutir em Copenhaga a questão do Ártico com Mette Frederiksen, que assumiu o cargo de primeira-ministra em junho, e com o primeiro-ministro da Gronelândia, Kim Kielsen.

Frederiksen disse ontem que a ideia de vender a Gronelândia aos Estados Unidos era "absurda", reagindo desta à ideia avançada inicialmente por um conselheiro económico de Trump sobre o interesse dos Estados Unidos em adquirir este território.

“Não faço previsões mas digo que o Presidente (Trump), que sabe um par de coisas sobre aquisição de bens, quer dar uma olhadela sobre a compra da Gronelândia”, disse no domingo o assessor económico da Casa Branca, Larry Kudlow, à estação de televisão Fox News.

A ideia foi depois confirmada pelo Presidente dos Estados Unidos, admitindo que a “ideia surgiu como conceito” e apontado-a como “estrategicamente interessante”.

“A Gronelândia não está à venda. A Gronelândia não é dinamarquesa, é da Gronelândia. Espero sinceramente que não tenham sido declarações sérias”, disse Frederiksen à estação pública da Dinamarca (DR) quando questionada sobre os planos norte-americanos sobre a compra da ilha.

“É uma discussão absurda e Kim Kielsen já foi claro ao afirmar que (a Gronelândia) não está à venda. A partir daqui termina-se a discussão. Por outro lado, há muitas outras coisas sobre as quais queremos falar com o Presidente dos Estados Unidos”, acrescentou Frederiksen.

Os planos de Trump sobre a Gronelândia provocaram na sexta-feira passada uma série de reações por parte da classe política dinamarquesa que ironizou a situação encarando as notícias como brincadeira e acusando Trump de colonialismo e de ter problemas mentais.