Perante a pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), a Direção-Geral da Saúde pede-nos que fiquemos em casa. Por isso, adaptámos as nossas rotinas, muitos passaram a trabalhar a partir da sala de estar em vez de irem para as instalações da empresa. E se isso nos dá alguma flexibilidade amiga da carteira no final do mês, por outro lado, vai fazer aumentar a fatura energética sobretudo a da eletricidade.
Várias distribuidoras já anunciaram apoios para ajudar os clientes neste período de exceção. De acordo com a Selectra, uma palataforma de comparação de preços de eletricidade e telecomunicações, a Endesa, por exemplo, não irá avançar com cortes de energia. Já a EDP suspendeu cortes de eletricidade e gás natural. Os clientes podem solicitar optar por pagar a fatura da luz numa outra data a acordar com a empresa, e solicitar parcelamento dos valores. No caso da Goldenergy, de forma a reduzir os gastos com a energia, a companhia lançou um fundo monetário de 300 mil euros para apoiar as famílias mais afetadas pela crise do coronavírus, beneficiando de um mês gratuito de luz e gás.
No entanto, a fatura, mais tarde ou mais cedo terá de ser paga e é no sentido de baixar esse valor que a Coopérnico, a Cooperativa Portuguesa de Energias Renováveis, decidiu elencar algumas sugestões menos óbvias para ajudar toda a gente a poupar eletricidade, dinheiro e o ambiente.
Saltemos, portanto, o "sermão" habitual das lâmpadas LED, de nos lembrarmos sempre de desligar as luzes quando não estamos numa divisão ou de evitar ao máximo aquecedores ou ar-condicionados, para aquilo que realmente importa.
1. Consumir eletricidade quando há mais produção de fontes renováveis
Uma das sugestões da Coopérnico é a opção, no contrato de eletricidade, pelo bi-horário. Tal permite que façamos os maiores consumos durante o período vazio, o que gerará poupança e reduzirá as emissões de carbono.
Acontece que no período vazio do bi-horário, a rede elétrica recebe uma maior produção proveniente de fontes renováveis, o que somado a uma redução de produção das fontes fósseis em certos momentos do dia permite também poupar o meio-ambiente.
2. O que é que gasta o quê
Ter conhecimento da fonte dos consumos energéticos da casa permite ter a noção do peso da utilização de cada eletrodoméstico ou aparelho na conta da eletricidade e, por consequente, a racionalizar esses usos.
As formas mais eficazes de obter estes dados são por meio da instalação de um sistema de medição inteligente ou através da realização de uma auditoria energética à sua casa.
No entanto, e sem prejuízo de uma consulta especializada, a Coopérnico diz-nos que, habitualmente, o consumo divide-se da seguinte forma:
3. Utilizar corretamente os eletrodomésticos
Poupar energia e dinheiro passa também por utilizar corretamente os eletrodomésticos lá de casa. Por exemplo, em relação ao frigorífico, é necessário distanciá-lo 10 centímetros da parede, colocá-lo longe de fontes de calor, como o forno, e deixar arrefecer a comida antes de ser lá guardada para evitar desperdícios energéticos.
No caso da máquina de lavar louça, fica a sugestão de carregá-la completamente antes de iniciar a lavagem e executar programas com temperaturas mais baixas, quando possível, ou com ciclos adequados às cargas que levam.
4. Isolar bem a casa
Uma casa bem isolada pode evitar o recurso a aquecedores ou ar-condicionados. Um dos pontos mais sensíveis são as janelas e por isso trocar o vidro simples por vidro duplo com corte térmico pode ser uma ótima solução. Outra opção é aplicar fitas isoladoras nas portas e janelas.
5. Desligar os aparelhos em stand-by
Não deixar aparelhos em stand-by é um clássico das dicas de poupança. Pode não parecer muito ao final do mês, mas a longo prazo este novo hábito pode traduzir-se numa boa poupança. Nos dias que correm não há desculpa, nem tem de ser você a lembrar-se de ir lá carregar no botão. Com uma tomada inteligente pode programar para desligar os equipamentos a partir de uma determinada hora.
6. Produzir a sua própria energia
Um sistema de autoconsumo para produção de energia renovável para a sua casa é mais uma opção a médio/longo prazo, sendo que desde 2019 que esta deixou de ter necessariamente uma opção individual para poder dar lugar a comunidades energéticas em associação com os seus vizinhos.
7. Saber se é ou não um consumidor eficiente
Há uma ferramenta online - www.idenergia.pt -, independente dos comercializadores, que permite monitorizar os seus consumos (electricidade, gás, água, gasolina e gasóleo) e compará-los com os de outros utilizadores, para que saiba se os seus consumos são ou não eficientes.
8. Procure o melhor tarifário
Através da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos) pode conferir e comparar todas as ofertas para energia e gás natural para sua casa. As simulações são personalizadas pelo que poderá chegar à melhor oferta que responda às suas necessidades.
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