“Há várias propostas que recebi e que vamos acolher, por exemplo em relação a uma coisa muito simples que é haver uma caução para o uso dos copos, de maneira a que as pessoas devolvam os copos no final da noite e possam com isso ajudar a limpar o lixo que estão a produzir, ou melhor, garantir que esse lixo não fica espalhado pela cidade”, disse Assunção Cristas.
Apontando que a medida teve “muito sucesso” noutras cidades europeias onde foi implementada, a candidata indicou que quer executá-la em Lisboa.
Assunção Cristas falava, no miradouro do Adamastor, no final de uma visita à freguesia da Misericórdia, onde são frequentes os problemas relacionados com a sujidade, lixo, ruído inerentes à diversão noturna e onde lamentou o “espetáculo deplorável” que os moradores “vivem diariamente”.
“Se queremos uma cidade que integre todas as pessoas, bonita para visitar […], também temos de ter uma cidade para os moradores, onde eles se sintam bem, onde tenham direito ao descanso, onde possam andar pelas suas ruas, onde as ruas estejam limpas, onde não haja gente a fazer necessidades na rua e onde também as crianças possam crescer sem os problemas de segurança que se vivem nesta zona”, vincou a candidata.
Para resolver tais questões, elencou medidas como “muito mais gestão urbana na parte da limpeza: recolha de lixo e limpeza das ruas”.
Ao mesmo tempo, “temos de fazer cumprir a lei que existe em relação ao ruído e a lei que existe em relação ao funcionamento dos estabelecimentos de entretenimento”, assinalou.
“Em matéria de segurança, tem de haver um maior envolvimento quer da PSP quer da Polícia Municipal e, muito provavelmente, nós teremos de reforçar também a forma como a Polícia Municipal pode estar presente, para além de exigirmos junto do Governo, junto do Ministério da Administração Interna, para que haja mais policiamento para estas áreas em concreto”, referiu Assunção Cristas.
Para que “os moradores possam ocupar mais este espaço” falou ainda em políticas para habitação e para o estacionamento.
“Se dermos uma envolvente mais amigável, certamente que as pessoas ficarão e quererão continuar a ficar nesta zona da cidade. Agora se as pessoas vêm e o ambiente à volta se degrada, certamente que é muito difícil captar moradores e garantir-lhes qualidade de vida na cidade”, considerou.
Presente na visita, a presidente da associação Aqui Mora Gente (que reúne essencialmente moradores do Cais do Sodré, uma zona com muitos bares) indicou que ainda existem pessoas a viver naquela zona, mas alertou que “famílias inteiras têm-se ido embora”.
“Isto é a selva”, apontou, exemplificando que é comum ver pessoas a fazer as necessidades na rua e copos espalhados pelos passeios.
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